Medvedev diz que "já chega" de tempo de prisão para as Pussy Riot

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Katerina Samusevitch, ao meio, entretanto libertada, disse que os membros das Pussy Riot que ainda estão presos "podem morrer" Maxim Shemetov/REUTERS

Em declarações às agências noticiosas russas, Medvedev afirmou: "[Se eu] fosse o juiz, não as teria posto na prisão. Tudo porque simplesmente penso que elas não devem ser privadas de liberdade." O primeiro-ministro russo adiantou ainda que "elas já passaram tempo suficiente na prisão, já chega".

As três jovens foram condenadas por “hooliganismo” e “incitamento ao ódio religioso” depois de, em Fevereiro, terem cantado na Catedral do Cristo Redentor uma “oração punk”, pedindo à Virgem para “expulsar [o então primeiro-ministro e agora Presidente Vladimir] Putin” do poder.

Quanto à possibilidade de libertação dos dois membros das Pussy Riot que estão presos (uma delas foi libertada no dia 10 de Outubro), Medvedev disse que essa questão é do domínio das instâncias judiciais e dos advogados, e não do poder político. "Elas têm o direito de pedir recurso, e penso que é isso que farão", disse, referindo-se à defesa das Pussy Riot. "O tribunal terá o direito de examinar esta questão, e a fundo, e de tomar uma decisão", rematou.

Em Setembro, Medvedev já tinha feito comentário semelhantes, alegando que aquilo que as jovens que integram a banda Pussy Riot fizeram foi "doentio", mas que era "inútil" e "severo" mantê-las na prisão.

Condições duras nos campos

As duas Pussy Riot que ainda estão presas, Maria Aliokhina e Nadejda Tolokonnikova, estão em campos de trabalho diferentes. Tolokonnikova está na Mordóvia, a 500 quilómetros de Moscovo, e Alyokhina está em Perm, a 1400 quilómetros da capital russa. Os campos de trabalho em que estão já foram comparados a campos de trabalho soviéticos.


Katerina Samutsevitch, a jovem das Pussy Riot que foi libertada em Outubro após recurso, disse à Reuters que "não há água quente [no campo de trabalho] na Mordóvia e que só lhes dão roupas específicas na prisão, que são muito frias para aquele clima". Acrescentou que naqueles campos de trabalho "não há medicamentos" e que, "se alguém ficar doente, ninguém os ajuda".

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