Tempestade engoliu quilómetros de costa de New Jersey

Vista aérea da costa de New Jersey
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Vista aérea da costa de New Jersey Foto: Mark C. Olsen/U.S. Air Force/Reuters
Uma das três principais vias d eligação a Atlantic City ficou submersa
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Uma das três principais vias d eligação a Atlantic City ficou submersa Foto: Tom Mihalek/Reuters
Uma das muitas casas destruídas em Fire Island, Nova Iorque
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Uma das muitas casas destruídas em Fire Island, Nova Iorque Foto: Lucas Jackson/Reuters
Em Queens, os estragos provocados pela passagem do Sandy
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Em Queens, os estragos provocados pela passagem do Sandy Foto: Keith Bedford/Reuters
Em Nova Iorque, o corte de energia afecta vários blocos de habitação
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Em Nova Iorque, o corte de energia afecta vários blocos de habitação Foto: Allison Joyce/AFP
Devido à falta de energia, muitas pessoas procuram acesso à Internet junto a edifício cujo sistema wireless ainda está activo
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Devido à falta de energia, muitas pessoas procuram acesso à Internet junto a edifício cujo sistema wireless ainda está activo Foto: Brendan McDermid/Reuters
Em alguns bares de Nova Iorque, o convívio é feito à luz de velas após o corte de energia
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Em alguns bares de Nova Iorque, o convívio é feito à luz de velas após o corte de energia Foto: Carlo Allegri/Reuters
Nova Iorque continua às escuras
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Nova Iorque continua às escuras Foto: Mario Tama/AFP

As imagens aéreas, filmadas ao longo da costa de New Jersey, mostravam comunidades inteiras submersas em água ou soterradas sob metros de areia, barcos arrastados para terra e empilhados uns sobre os outros, lotes residenciais reduzidos a escombros e nenhum sinal de algo que define a linha atlântica daquele estado e costuma ser um popular destino de férias durante os meses de Verão: as suas praias.

O governador de New Jersey, Chris Christie, descreveu o cenário no local como “impensável” no telejornal da NBC, na terça-feira à noite. Christie, que sobrevoou a zona da costa durante a tarde para verificar os danos causados pela tempestade, disse que as praias foram engolidas entre Asbury Park e a ilha de Long Beach, numa extensão de 80 quilómetros. O governador visitou uma povoação de 5800 habitantes, Belmar, onde alguns residentes perderam tudo o que tinham. “Belmar inteira desapareceu”, disse na NBC, visivelmente exausto depois de ter dormido apenas duas horas na noite anterior.

Questionado sobre a perspectiva de uma reconstrução de grande escala da frente marítima conhecida como Jersey Shore, essencial para a economia do estado por causa do turismo que atrai todos os anos, Christie disse que iria discutir o assunto com o Presidente Barack Obama, que planeia visitar New Jersey hoje para avaliar os prejuízos causados pela tempestade.

Apesar da extensão dos danos, cuja gravidade só será inteiramente conhecida quando o nível das águas baixar, a tempestade não causou tantas vítimas mortais como no estado de Nova Iorque (16 só na cidade, mais cinco no resto do estado, segundo o The New York Times). Até terça-feira à noite, New Jersey registara seis mortes, provocadas pela queda de árvores na maior parte dos casos, informou Christie numa conferência de imprensa.

Mil pessoas tinham sido socorridas em áreas atingidas por cheias e 4500 procuraram refúgio em abrigos públicos montados para o efeito. E 2,6 milhões de pessoas em todo o estado continuavam sem energia eléctrica.

40 mortes nos EUA

Ainda vai ser preciso tempo para avaliar os estragos e os custos mas a tempestade, que fez pelo menos 40 mortos nos Estados Unidos, é classificado como “uma das tempestades mais devastadoras” no país.


“Pensamos que é uma das 10 ou 15 tempestades mais devastadoras” que já tocaram os EUA, disse o presidente do gabinete de avaliação de riscos Eqecat, Bill Keogh, ouvido pelo site de televisão Bloomberg.

Barack Obama anunciou que manterá a campanha eleitoral suspensa na quarta-feira, visitando o estado de New Jersey, um dos mais afectados pela passagem da tempestade. Ao início do dia, Obama declarara o estado de “grande calamidade” em New Jersey e em Nova Iorque. O Presidente assinou ainda declarações de emergência federal noutros dez estados, permitindo aos responsáveis locais fazerem pedidos de assistência federal, incluindo meios humanos e equipamento.

Nos sete estados mais afectados (23 estiveram em alerta), mais de 8 milhões de clientes ficaram sem electricidade – o número real de afectados é muito superior, já que cada conta corresponde a uma casa. As ordens de evacuação abrangeram um milhão de pessoas.

Muitas pontes e estradas vão reabrir a partir de quarta-feira. Em Nova Iorque, a rede de autocarros começou hoje a funcionar, embora com um serviço ainda muito limitado. A Bolsa de Nova Iorque recomeça a negociar esta quarta-feira, após dois dias de interrupção. Mas em muitas áreas as escolas permanecerão fechadas, o mesmo acontencendo com o metro de Nova Iorque. "O sistema de Metro da Cidade de Nova Iorque tem 108 anos e nunca enfrentou um desastre tão devastador como este", disse em comunicado o presidente da empresa Joseph J. Lhota. Segundo o New York Times, ainda não há data para a reposição da circulação que deverá acontecer por fases.

TAP retoma voo às 17h

As ligações aéreas de e para a costa leste dos Estados Unidos foram interrompidas no domingo e só nesta quarta-feira deverão regressar lentamente à normalidade. A TAP anunciou que volta a assegurar voo de Lisboa para Newark, um dos três grandes aeroportos que servem Nova Iorque.


De acordo com a informação disponível no site da ANA - Aeroportos de Portugal, a companhia portuguesa efectuará o primeiro voo para Newark nesta quarta-feira com partida de Lisboa às 17h.

Em sentido contrário, o voo TP104 (Newark - Lisboa) tem hora prevista de partida às 22H40, horas locais.

De acordo com a Reuters, o aeroporto JFK também volta a estar operacional, ao contrário do de La Guardia, que segundo esta agência de notícias britânica, continua com zonas inundadas e, por isso, fora de serviço. Desde domingo, foram anulados 19.000 voos, segundo dados do site FloghtAware.com, citados pela Reuters.

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