Portas quer Portugal proactivo nas negociações com a troika
Durante as primeiras jornadas parlamentares conjuntas de PSD e CDS-PP, que decorrem na Assembleia da República, o ministro dos Negócios Estrangeiros fez um discurso centrado na diplomacia económica.
Porém, na parte mais virada para a política, afirmou que Portugal, “sem ser beligerante” deve ser mais proactivo, "quer política, quer tecnicamente".
E num Governo acusado de seguir a letra as políticas da chanceler alemã Angela Merkel, Portas teve uma palavra de saudação para Christine Lagarde, líder do Fundo Monetário Internacional (FMI), pelas suas declarações amigas.
“Nós também lemos, também ouvimos, também sabemos as evoluções no pensamento internacional sobre os programas de ajustamento. E por isso reafirmo aqui que considero importantes e amigas as declarações da senhora directora-geral do Fundo Monetário Internacional”, afirmou Portas
Lagarde afirmou recentemente que o caminho a seguir pelos países em crise não é só o da austeridade.
Envolver o PS para redução da despesa
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros alertou também para o objectivo da sexta avaliação regular da troika: a necessidade de fazer uma redução de quatro mil milhões de despesa estrutural. Nessa missão, Paulo Portas defende um “esforço especial de consenso” que envolva também o PS.
“Este exercício com muita dificuldade deve convocar os partidos do arco da governabilidade e as instituições, sem prejuízo da sua identidade própria, para fazer um esforço especial de consenso para o exame”, disse.
Paulo Portas justificou esta espécie de pacto de regime: “Porque ultrapassar o exame sobre despesa estrutural e fazê-lo de forma conseguida beneficiará não só o país como um todo mas também os governos das próximas épocas”.
Num discurso de mais de 40 minutos, o ministro dos Negócios Estrangeiros salientou que a redução da despesa estrutural de quatro mil milhões de euros “em certo sentido é um modo de vida, é um contrato com a sociedade, é um paradigma social que temos de saber trabalhar com o máximo de competência e máximo de justiça de que somos capazes”.
Boa parte do discurso de Paulo Portas serviu para “prestar contas” enquanto chefe da diplomacia e responder aos que o criticam de estar muito ausente no estrangeiro e pouco presente nas questões internas.
Portas referiu que tem trabalhado para defender produtos portugueses e apoiar empresas noutros mercados, num relato exaustivo da sua política ministerial.
Notícia actualizada às 20h15