Vive e Deixa Morrer, O Homem da Pistola Dourada, O Agente Irresistível, Aventura no Espaço, Missão Ultra-Secreta, Operação Tentáculo, Alvo em Movimento

Ao contrário de Connery, Roger Moore não arriscava ficar identificado para sempre com 007: já era um actor conhecido e popular (como o Santo) e a sua imagem de cavalheiro aventureiro encaixava na personagem na perfeição. Enquanto Bond, Moore atravessou a década de 1970 das crises económicas, dos choques petrolíferos e dos grupos militantes e os anos 1980 de Thatcher e Reagan incólume: os filmes assumiam uma dimensão escapista, incapazes de reflectir os tempos de crise social e política e resvalando não poucas vezes para uma paródia quase inconsciente. A gradual conquista global do blockbuster de acção à americana e a insistência da produção em trabalhar com a mesma equipa criativa dos anos 1960 sugeria uma decadência gradual da série que o envelhecimento visível do actor, à beira dos 60 anos quando rodou o seu último filme no papel, apenas sublinhava. J.M.