Pinguins-imperadores coroados em concurso de fotografia
Fotografia de uma “explosão de pinguins vindos das profundezas” foi a escolhida de entre as 48 mil que se candidataram ao "Veolia Environment Wildlife Photographer of the Year 2012"
O canadiano Paul Nicklen esperou o momento, debaixo das placas de gelo do Mar de Ross, na Antárctida. Subitamente, uma “explosão de pinguins vindos das profundezas”. A fotografia foi a escolhida de entre as 48.000 que se candidataram ao "Veolia Environment Wildlife Photographer of the Year 2012".
Dezenas de pinguins-imperadores ("Aptenodytes forsteri") — os maiores de todos os pinguins, podendo ultrapassar um metro de altura e os 37 quilos de peso — lançam-se como balas atrás do alimento tão necessário às suas crias. À sua volta, pequenas bolhas de ar num fundo de vários tons de azul. Foi esta a melhor fotografia de vida selvagem de 2012.
Paul Nicklen, fotógrafo da revista "National Geographic", entrou na água pelo único buraco no gelo por onde cabia. Depois esperou pelo regresso dos pinguins que tinha visto mergulhar, respirando por um tubo de "snorkeling" para fazer o menor ruído possível. “E subitamente chegaram: uma explosão de pinguins vindos das profundezas. Eram tão rápidos que a focagem, com os meus dedos gelados, foi mais instintiva”, disse o fotógrafo no site do Museu de História Natural de Londres, um dos organizadores deste concurso de fotografia. “Foi uma visão fantástica quando centenas de animais se lançaram para fora da água, para cima das placas de gelo por cima de mim. Um momento que tive uma imensa sorte em presenciar e que nunca mais irei esquecer”, acrescentou.
O fotógrafo David Doubilet, membro do júri, considera que a imagem “Bubble Jetting Emperors” — que também ganhou a categoria de Mundos Subaquáticos — “mostra o caos infinito de uma maneira perfeitamente organizada”. “Os meus olhos observam a fotografia e tentem absorver tudo o que está a acontecer”.
O prémio para melhor fotógrafo jovem do ano foi para Owen Heran, 14 anos, de Bedfordshire, Reino Unido. A imagem, “Flight paths”, mostra um milhafre-real com um ratinho nas patas a voar num céu cinzento. Por cima dela, um avião. “Esta fotografia é simbólica por duas razões. Foi captada em Bedfordshire, local escolhido nos anos 1960 para um aeroporto — que nunca chegou a ser construído —, e depois porque o milhafre-real esteve ameaçado de extinção no Reino Unido, depois de séculos de perseguição. Até que projectos de reintrodução conseguiram aumentar as populações”.
Foram ainda atribuídas distinções especiais, nomeadamente o prémio de fotojornalismo — a Steve Winter com uma série de imagens sobre os tigres na Índia, e a Brent Stirton, com fotografias de rinocerontes.
O prémio é promovido pela "BBC Wildlife Magazine" e pelo Museu de História Natural de Londres. Foi lançado em 1965 e nesse ano recebeu 600 fotografias a concurso; em 2012 foram 48 mil, de 98 países. A partir de 17 de Dezembro abrem as candidaturas para a edição de 2013. Uma exposição com cem das melhores fotografias desta edição do concurso estará patente no Museu de História Natural de Londres de 19 de Outubro a 3 de Março de 2013.