Sem meias palavras, Elas é um desastre absoluto - e é-o apesar de, isoladamente, se sentirem aqui boas ideias e bons contributos. A polaca Malgorzata Szumowska não filma mal, tem jeito com os actores, tem uma ideia de “estilo” (mesmo que pouca ou nenhuma ideia de “subtileza”), mas isso não a impede de se afundar rapidamente num inexplicável ridículo, que não sabemos se vem da desonestidade intelectual do chorrilho de lugares-comuns voyeuristas sobre a sexualidade feminina que alinha ou da incapacidade de conseguir dar qualquer tipo de lógica ou sentido a esta história de uma jornalista cujo contacto com jovens prostitutas revela o vazio da sua existência burguesa. Não fossem Juliette Binoche, capaz de emprestar fragilidade e densidade a uma personagem por demais esquemática, e Anaïs Demoustier, encantadora de descontracção e elegância, e Elas ia direitinho para o cestinho das bolas pretas.
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