Na sua estrutura em segmentos, no seu mosaico de personagens, Linhas de Wellington parece ensaiar uma aproximação a qualquer coisa como uns “desastres da guerra” - e de resto, Wellington ele próprio (Malkovich), quando aparece, é para discutir pintura, preocupado com os excessos sanguinolentos das representações das suas vitórias. Eventual vislumbre de um interesse ruiziano (num filme “preparado” por ele), ou mesmo do principal interesse ruiziano nesta história, talvez nunca o saibamos e nem importe sabê-lo. Mas falta peso a estas Linhas de Wellington, o toque febril, hipnótico, que animava os Mistérios de Lisboa e fazia da lógica folhetinesca um labirinto onde toda a gente se perdia. Tem sabedoria, sensibilidade (e meios) para não se confundir com vulgar “ficção televisiva”, matéria humana no geral bem conduzida - vê-se bem, em suma, só que não deixa marca.
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