ONU contra a venda de marfim para salvar elefantes africanos

Em Março de 2013, a ONU vai levar o assunto à reunião da CITES. Em 34 dos 38 países africanos com elefantes, os animais estão em vias de extinção

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Cria de elefante africano na reserva natural de Pilanesberg, na África do Sul Ina Fassbender/Reuters

A proibição da venda de marfim de elefantes africanos estará na lista das negociações na reunião da CITES em Março de 2013 em Banguecoque, anunciou nesta sexta-feira o secretário-geral da organização da ONU responsável pela protecção das espécies em perigo. Os países membros da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção) tinham até ontem para apresentar as suas propostas para a reunião de Banguecoque.


Em África, 38 países têm populações de elefantes. Em 34 desses países, os animais estão em vias de extinção, alerta a ONU. Nos outros quatro países – Namíbia, Botswana, África do Sul e Zimbabwe – não estão classificados em vias de extinção mas uma moratória proíbe a venda de marfim até 2017.


Vários países, que querem salvar os elefantes, propuseram um texto que estende a moratória a todos os países africanos, disse o secretário-geral da CITES, John Scanlon, em conferência de imprensa em Genebra.


Por seu lado, a Tanzânia apresentou outro documento, onde propõe transferir a sua população de elefantes para o Anexo 2 da CITES (população não ameaçada de extinção) e a autorização da venda de cem toneladas de marfim que tem armazenadas. De acordo com as regras da CITES, para que uma proposta seja aprovada, é preciso ser aceite por dois terços dos membros da organização.


A CITES, adoptada a 3 de Março de 1973, regula o comércio internacional de cerca de 35.000 espécies de plantas e de animais. O 40º aniversário da organização será celebrado em Março do próximo ano, na 16ª sessão da conferência dos seus membros, a realizar em Banguecoque de 3 a 15 de Março de 2013.


Na Tailândia, além do comércio do marfim, os países vão debater muitas outras questões, como a protecção do tubarão-martelo e do tubarão-sardo. Além disso, o Quénia quer reforçar a protecção do rinoceronte-branco e o Equador pede o mesmo para uma espécie de raia.


Os Estados Unidos querem proibir a venda de partes e produtos derivados de ursos polares, considerando que o seu habitat natural está a desaparecer por causa das alterações climáticas.

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