Seguro: erros do Governo custarão 2500 milhões aos contribuintes
António José Seguro intervinha no debate das moções de censura ao Governo da autoria de PCP e BE. Colocou números em cima da mesa para apontar os erros da execução orçamental do primeiro semestre deste ano e comparou-os com os primeiros seis meses do ano passado, quando o PS estava no poder.
“Quais são os dados de investimento? No primeiro semestre de 2011 foi de 7,7%, este ano foi de 38,8%. Pode um primeiro-ministro estar contente quando o investimento cai quase 40%?”, questionou Seguro. “Há um ano disse ao país que se cumprisse as medidas de austeridade, conseguiríamos um défice de 4,5%, mas falhou porque é de 6% e dívida é de 119% e estima-se que cresça no próximo ano para 124%”, acrescentou.
Seguro apontou que o Governo conseguiu redução do défice porque retirou dois salários à função pública. E conseguiu uma “redução imensa” do défice externo porque “matou a economia”.
“Se o resultado das suas políticas é mais desemprego e menos economia e se nem sequer consegue cumprir o défice, porque é que insiste na mesma receita?”, questionou o líder socialista.
Antes, Seguro começara a sua intervenção com uma provocação ao primeiro-ministro, perguntando-lhe o que pensa sobre o facto de ter entregue em Bruxelas as novas medidas de austeridade antes as apresentar aos parceiros sociais e ao país, quando criticou o Governo socialista por fazer o mesmo.
Governo "escondeu-se"Tanto Seguro como Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã acusaram o chefe do Governo de se ter escondido e ter mandado o ministro das Finanças anunciar mais austeridade. Na festa de Verão do PSD, Passos prometera que quando tivesse de dar más notícias ao país, seria ele próprio a fazê-lo. E lembraram que Passos não disse uma única palavra sobre o aumento de impostos anunciado ontem.
“Estão a promover um assalto que é um arrastão fiscal. Nunca ninguém se atreveu a tanto desde o 25 de Abril e ainda não disseram metade”, apontou Francisco Louçã. O líder bloquista não se cansou de dizer que este Governo deve ser demitido. Seja por “gestão danosa da coisa pública” e por “assalto fiscal”, por estar a “esmifrar” os portugueses.
Jerónimo de Sousa afirmou que o Governo “continua a negar o que é evidente: a necessidade da renegociação da dívida. Um dia serão aquelas bancadas [apontou as bancadas da coligação] também a dizer que não podemos pagar”. Para o líder comunista Passos está a “governar à revelia dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens” mas também dos que o elegeram, e que um dia o levarão à derrota”.
“Não é para o derrotar, mas para evitar a derrota do país que colocamos esta moção de censura”, avisou Jerónimo.