Produzido nos Estados Unidos, Innocence of Muslims tem incendiado as comunidades islâmicas por todo o mundo. Desta vez, o Irão decidiu boicotar a sua participaçao ao Óscar de melhor filme estrangeiro, estendendo a sua mensagem ao mundo árabe.
"Em reacção ao insulto intolerável ao grande profeta [Maomé]", o ministro da cultura Mohammad Hosseini acrescentou à ISNA que "o filme foi feito na América e os Óscares realizam-se lá, e até agora não foi tomada nenhuma posição oficial pela nação que o produziu", disse.
A Cube of Sugar, comédia dramática de Reza Mirkarimi, foi ontem anunciado como o candidato oficial iraniano aos prémios norte-americanos. Mas essa candidatura foi hoje retirada. No ano passado, o vencedor do Óscar de melhor filme estrangeiro foi entregue, pela primeira vez, ao Irão com "A Separação" de Asghar Farhadi. O filme relata a história de um casal que sonha emigrar para proporcionar melhores condições à sua filha.
Na segunda-feira, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad mostrou a sua indignação pelo filme anti-islão numa entrevista ao programa norte-americano Piers Morgan. "Ofender o grande profeta é feio. Isto tem pouco ou mesmo nada a ver com liberdade ou liberdade de expressão. É a fraqueza e o abuso da liberdade que, em muitos sítios, é crime", disse.
Innocence of Muslimstem provocado inúmeras manifestações por todo o mundo. Numa conferência de imprensa em Pershawar, a nordeste do Irão, Ghulam Ahmed Bilour, o ministro paquistanês dos caminhos-de-ferro, já ofereceu uma recompensa pela morte do realizador do polémico filme.
A 85ª cerimónia dos Óscares está agendada para 24 de Fevereiro de 2013.