Pires de Lima diz que aumento de impostos “é compreensível”
“Valorizo muito positivamente o anúncio que o senhor primeiro-ministro fez relativamente à TSU [Taxa Social Única] porque me parece que, de facto, era um caminho que estava a levantar fortes dúvidas aos empresários e uma grande contestação social”, disse o também empresário, em declarações à Lusa.
“Quanto ao resto, acho que, independentemente dos esforços que vão ter de ser feitos no controlo da despesa pública, que são inevitáveis e que devem ser prioritários, também é compreensível e entendível, por muito que eu no passado tenha defendido o contrário, algum aumento de impostos, porque a situação orçamental assim o exige”, acrescentou.
Para Pires de Lima, é “previsível” que o aumento de imposto em 2013 “recaia mais sobre os trabalhadores do sector privado do que propriamente sobre os do sector público, em decorrência do acórdão do Tribunal Constitucional” que declarou ilegal a suspensão dos subsídios de férias e Natal a pensionistas e trabalhadores do Estado.
“Portanto, acho que me revejo nas explicações que hoje o senhor primeiro-ministro hoje deu e agora é preciso ver exactamente o ‘mix’ de cada uma destas variáveis na composição do Orçamento do Estado para 2013”, afirmou.
O Governo está a preparar uma proposta de aumento de impostos, incluindo o IRS, para compensar a devolução parcial dos subsídios de Natal e de férias retirados ao sector público e pensionistas, anunciou hoje o primeiro-ministro.
Em declarações aos jornalistas, à saída de uma reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, em Lisboa, Passos Coelho afirmou que “o IRS será imposto privilegiado para o fazer”, mas adiantou que “a tributação sobre o capital e sobre o património” poderão também “ajudar a fazer esta compensação”.
Segundo o primeiro-ministro, esta proposta está a ser trabalhada pelo Governo como alternativa às alterações à Taxa Social Única (TSU), medida que considerou ter sido “mal entendida” e ter visto os seus propósitos “subvertidos”. No entanto, Passos Coelho referiu que está ainda em discussão com os parceiros sociais a possibilidade de haver uma “descida selectiva” da TSU, que disse não ser consensual.