15 de Setembro: será um protesto pacífico ou violento?

PSP não divulga o número de efectivos que vai mobilizar, mas sabe-se que em Lisboa e Porto vão estar de prevenção grupos do Corpo de Intervenção

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As novas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro são um dos principais pontos de protesto Daniel Rocha

Os protesto marcados para sábado contra as medidas de austeridade decretadas pelo Governo e tacitamente aceites pela troika não se vão cingir às 25 cidades nacionais que quinta-feira já estavam confirmadas. As manifestações, em frente a embaixadas e consulados nacionais, vão também chegar a Barcelona, Berlim, Paris, Londres, até ao outro lado do Atlântico, nomeadamente a Fortaleza, no Brasil.

A manutenção da segurança na via pública está entregue à PSP que, apesar de não divulgar o número total de efectivos que vai mobilizar, já assegurou que, sobretudo em Lisboa e no Porto, irão estar de prevenção grupos do Corpo de Intervenção.

Nos locais de passagem das manifestações (embora sem confirmação oficial diz-se que em Lisboa, por exemplo, o protesto foi desviado das principais avenidas devido ao receio de maiores prejuízos provocados por eventuais desacatos) irão ser feitos os habituais avisos para que sejam removidos bens e objectos que possam ser vandalizados.

42 mil confirmações em Lisboa 

Em declarações ao PÚBLICO, a realizadora Ana Nicolau, uma das 29 pessoas que deram origem ao movimento que convocou as manifestações, revelou que quinta-feira, só em Lisboa, já havia 42 mil confirmações de presença. "Estes números nunca são fiáveis. São apenas estimativas, mas pensamos que poderá ser atingido o número mais significativo de pessoas em protesto", disse.

Ana Nicolau afirmou ainda que os mentores dos protestos (actrizes, engenheiros, antropólogos, entre outros) estão conscientes de que poderão juntar-se aos manifestantes grupos de pessoas cujo intuito será gerar actos de violência. "Apelamos para que todos se sentem no chão logo que acontecer qualquer acto violento, para que os autores sejam mais facilmente detectados."

O crescente sentimento de revolta popular parece ser igualmente reconhecido pelos membros do Governo, os quais, de acordo com a Rádio Renascença, procederam recentemente ao reforço da segurança pessoal, requisitando novas equipas ao Corpo de Segurança pessoal da PSP.

Subordinadas ao lema "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas", as principais manifestações deverão ter lugar em Lisboa e no Porto. Na capital, com concentração a partir das 17h na Praça José Fontana (Liceu Camões) e o termo marcado para a Praça de Espanha.

No Porto os manifestantes vão concentrar-se na Avenida dos Aliados. "Temos confirmadas manifestações em todas as capitais de distrito e até noutras localidades mais pequenas, como, por exemplo, Moncorvo. Isso só confirma que as pessoas estão efectivamente descontentes", disse ainda Ana Nicolau.

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