O filme “Tabu”, do realizador Miguel Gomes, está entre as 47 produções europeias pré-seleccionadas para os Prémios Europeus de Cinema, anunciou esta terça-feira a Academia Europeia de Cinema.
Os nomeados para o prémio de melhor filme, um dos vários galardões atribuídos pela Academia, só serão conhecidos a 3 de Novembro em Sevilha, Espanha. Os vencedores da 25.ª edição dos Prémios Europeus de Cinema serão anunciados numa cerimónia a 1 de Dezembro, em Malta.
“Tabu”, estreado nos cinemas em Abril, é uma co-produção entre Portugal, França, Alemanha e Brasil, e em Fevereiro valeu ao realizador o prémio da crítica e o prémio Prémio Alfred Bauer, de inovação, no festival de cinema de Berlim. Em Março, conquistou o prémio Lady Harimaguada de Prata no Festival de Las Palmas, em Espanha. É ainda candidato ao Prémio LUX de Cinema Europeu 2012, atribuído pelo Parlamento Europeu.
Preto e branco e um tributo ao cinema mudo
Em “Tabu”, Miguel Gomes relata a história de Aurora (Laura Soveral/Ana Moreira) em duas partes distintas: com a protagonista em fim de vida e, em “flashback”, enquanto jovem em África, casada, e que trai o marido, acabando tudo em tragédia. O filme é inteiramente a preto e branco e, na segunda parte, os actores não falam, ouvindo-se apenas o narrador e a banda sonora, em jeito de homenagem de Miguel Gomes ao cinema mudo. Além de Ana Moreira e Laura Soveral, o filme conta com Teresa Madruga e Carlotto Cota, entre outros intérpretes.
“Tabu” é a terceira longa-metragem de Miguel Gomes (Lisboa, 1972) e sucede a “Aquele querido mês de agosto” (2008), “A cara que mereces” (2004) e a várias curtas-metragens. Na pré-selecção para os Prémios Europeus de Cinema, “Tabu” disputa uma nomeação com 47 outros filmes europeus, entre os quais, “Vergonha” (Reino Unido), de Steve McQueen, “Amigos improváveis” (França), de Olivier Nakache e Eric Toledano, “A Toupeira” (França, Reino Unido, Alemanha), de Tomas Alfredson, “Cesare deve morire” (Itália), de Paolo e Vittorio Taviani.
“Love” (Áustria, França, Alemanha), de Michael Haneke, “Rust and bone” (França), de Jacques Audiard, “Era uma vez na Anatólia” (Turquia), de Nuri Bilge Ceylan, e “Carnage” (França, Alemanha, Polónia, Espanha), de Roman Polanski, também foram seleccionados. A Academia Europeia de Cinema foi criada nos anos 1980 e tem sede em Berlim.