VW Golf VII volta a elevar a fasquia

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Depois de uma sexta geração que muitos consideram antes quinta e meia o Golf surge mais forte do que nunca. Aníbal Rodrigues

Na passada terça-feira os responsáveis pelas marcas rivais da Volkswagen souberam que têm uma tarefa (ainda) mais difícil pela frente: a marca alemã apresentou o Golf VII, que deverá chegar a Portugal até ao final deste ano. Ainda falta conduzi-lo, é certo, mas o construtor anuncia progressos em todas as áreas e sem que isso deva implicar um aumento de preço.

O desenho do novo Golf parece-lhe familiar? A VW diz que o faz de propósito. Que o segredo está na continuidade. E quem a vai contrariar? Desde o lançamento da primeira geração, em 1974, o Golf já vendeu mais de 29 milhões de unidades na soma das seis gerações anteriores, superando inclusive o mítico "Carocha", que registou 21,5 milhões.

Mais comprida (56 mm) e larga (13 mm), a sétima geração do Golf cresce também na distância entre eixos (59 mm) e na bagageira (30 litros). Só a altura desce (29 mm). Maior por fora e no habitáculo, onde a VW reclama uma habitabilidade superior. Mas, apesar de mais corpulento e equipado (tanto de série como em opção), o Golf consegue o feito de pesar menos na balança, que pode acusar até menos 100 kg. E menos peso, aliado a outras tecnologias, também significa menos consumos e emissões.

Qualquer novo Golf terá, de série, o cada vez mais conhecido start-stop, que desliga o motor quando o carro pára e volta a ligá-lo quando é preciso arrancar. Isto e um sistema que aproveita a energia gerada pelas travagens para recarregar a bateria. Assim, o 1.6 TDI de 105cv reclama um consumo médio de 3,8 l/100 km. Ou seja, o mesmo que a actual versão Bluemotion. Mas o Golf VII também tem direito ao seu Bluemotion e, neste caso, o consumo médio é de 3,2 l/100 km, que é, para já, o melhor valor do segmento. Note-se que, há pouco mais de uma década, a VW teve de recorrer a um citadino, o Lupo, com motor 1.2 TDI de 3 cilindros, e aplicar magnésio e alumínio na construção do carro para chegar a um consumo médio anunciado, pouco inferior, de 3 l/100 km...

Ainda a diesel, o 2.0 TDI com 150cv que equipará o Golf VII reclama 4,1 l/100 km. Os valores a gasolina também não são menos impressionantes: o 1.4 TSI de 140cv, que desliga dois dos cilindros nos momentos de menor solicitação mecânica, anuncia um gasto médio de 4,8 l/100 km, qualquer coisa como o gasto de um motor diesel médio antes da actual luta dos construtores pela baixa de consumos. Mesmo o 1.2 TSI de 85cv fica-se por 4,9 l/100 km.

Quanto ao resto, a estratégia da VW parece ser a de aplicar neste icónico automóvel o que propõe nos seus modelos de gamas superiores (daí o interior replicar alguns elementos do coupé de quatro portas CC). O travão de "mão" agora é eléctrico e todos os modelos incluem, de série, um ecrã táctil. Também de série é o chamado travão anti-colisão múltipla. Se um Golf VII colidir uma vez, este sistema trava o carro, evitando que se verifiquem novos embates. Mas se, por acaso, o condutor precisar de sair de nova situação de perigo, então basta acelerar.

Ao nível da segurança, pode ainda dispor de Pre-Crash, um dispositivo que põe os cintos em tensão em caso da eminência de embate, podendo ainda fechar os vidros e o tecto de abrir se for caso disso. Pode incluir também um alerta de fadiga e um "assistente de linha" que ajuda a manter o carro dentro dos limites da estrada em caso de negligência do condutor. Os dispositivos não se ficam por aqui, mas o Golf pode ainda ler sinais de trânsito, avisar o condutor que é necessário travar ou mesmo evitar uma colisão em cidade travando por si só.

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