Obras avançam no Jardim do Campo Grande, Caleidoscópio ainda à espera

Foto
Requalificação do antigo centro comercial pela Universidade de Lisboa aguarda apoios de parceiros privados JOSÉ FERNANDES

Autarquia está a requalificar espaços verdes e a preparar o terreno para a recuperação do antigo centro comercial, a cargo da Universidade de Lisboa. Projecto da piscina municipal vai voltar à câmara

A parte Norte do Jardim do Campo Grande, em Lisboa, está em obras desde o início de Agosto e assim vai continuar durante os próximos sete meses. O projecto municipal prevê a requalificação do pavimento, do mobiliário urbano e das espécies vegetais, a criação de um "parque de recreio canino" e de uma praça de "jogos matemáticos", e inclui ainda uma pequena redução da área do lago junto ao edifício do antigo Centro Comercial Caleidoscópio. Esta última intervenção, já em curso, prepara o terreno para a requalificação daquele complexo, que tarda em avançar.

As obras, que vão custar ao município mais de um milhão de euros, marcam o início da renovação do jardim prometida pelo vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes. Mais atrasado está, porém, o projecto de recuperação do Caleidoscópio, a cargo da Universidade de Lisboa (UL), à qual foi cedido o edifício em Março de 2011 para a criação de um centro académico. Previa-se que a requalificação estivesse pronta até Junho deste ano, mas o espaço continua a definhar.

Apesar dos atrasos, que a UL atribui à dificuldade em conseguir parceiros privados para financiarem as obras - estimadas em 1,5 milhões de euros - deverá estar para breve o avanço do projecto. "A UL não tem condições para fazer este investimento. Temos estado a contactar potenciais parceiros e a analisar propostas, e em Setembro deveremos avançar com os ajustes finais para a definição do caderno de encargos", diz ao PÚBLICO o chefe de gabinete do reitor da UL, Luís Guimarães de Carvalho. Se tudo correr como esperado, o centro deverá abrir à comunidade universitária no segundo trimestre de 2012.

As obras não implicam alterações na estrutura do antigo centro comercial projectado nos anos 1960 pelo arquitecto Nuno San Payo, mas sim um reformulação do interior. O centro, que funcionará 24 horas por dia, vai ter um auditório, uma sala de ensaios, gabinetes e salas de estudo, uma livraria, uma "loja do estudante" e ainda um espaço de cafetaria e de restauração. Para permitir a criação de uma esplanada não coberta virada para o lago e para o jardim está a ser feito um avanço sobre o espelho de água. No protocolo de cedência do espaço à UL estão também incluídos dois campos de ténis e um ringue de patinagem localizados nas imediações do centro. A universidade pretende lançar um concurso público para a recuperação e gestão destes equipamentos, em regime de concessão.

Igualmente atrasada está a requalificação da antiga piscina municipal do Campo Grande. A empresa espanhola que vai efectuar os trabalhos e explorar este equipamento exigiu à câmara que o contrato incluísse também uma área de estacionamento. A formalização da adjudicação já devia ter sido assinada em Maio, mas tal ainda não aconteceu.

A solução "não foi fácil", admite o vereador do Desporto, Manuel Brito. Em cima da mesa estavam três hipóteses, mas a opção escolhida foi a construção de um estacionamento subterrâneo e a criação de um parque à superfície. Segundo o vereador, um deles fica do lado da Biblioteca Nacional, o outro fica na lateral oposta. No total, vai haver 150 lugares exclusivos para utentes da piscina.

O próximo passo é, diz Manuel Brito, submeter a proposta agora alterada a votação na câmara, o que deverá acontecer durante este mês de Setembro.

A piscina do Campo Grande, tal como a dos Olivais e a do Areeiro (ver caixa) serão concessionadas por 40 anos. Em troca, as empresas pagam as obras de reconversão dos espaços no valor de 22,5 milhões de euros e transferem três por cento dos lucros anuais para a câmara.

Sugerir correcção