Uma biografia para Gore Vidal em 2015
Gore Vidal, que morreu em Julho aos 86 anos, nunca deixou de falar das suas convicções, das suas cidades, das suas paixões, de literatura e política, da vida dos americanos, a imaginada e a vivida. Houve até um livro Palimpsest: A Memoir (1995) em o escritor quis pôr algumas coisas em ordem. Mas, apesar das crónicas, dos contos, das peças, dos romances, dos ensaios, das várias entrevistas e dos muitos perfis - que, como se percebeu aquando da sua morte, contaram a vida do mesmo homem de diferentes formas - a biografia de Gore Vidal ficou por escrever, a fundo.
Vai ser preciso esperar até 2015, avançou o New York Times, pois apenas nessa altura Jay Parini - biógrafo de outros escritores como William Faulkner e John Steinbeck, e também autor do romance The Last Station, sobre os últimos anos da vida do dramaturgo Anton Tchékov - lançará na Doubleday a vida do homem que um dia afirmou: "Digo sempre 80 por cento do que penso, mais do que qualquer político que conheço". Parini foi em 2005 indicado por Vidal como o seu executor literário e, conta o editor Gerald Howard ao NYT, os dois falavam "normalmente todas as semanas, e às vezes diariamente". O risco é grande mas, se Parini conseguir a proeza, Vidal desaparecerá ainda mais. Foi ele quem o disse: "De cada vez que um amigo é bem sucedido, eu morro um pouco."