O adeus a Neil Armstrong e o seu "seguro de vida"

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Neil Armstrong na sua visita lunar NASA

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mandou hastear as bandeiras em todos os edifícios públicos do país durante esta sexta-feira “como sinal de respeito pela memória de Neil Armstrong.”

A agência espacial norte-americana NASA também já anunciou - ainda com data a confirmar - que irá homenagear o astronauta numa cerimónia pública em Washington. Sabe-se que Charles Bolden, administrador da NASA, compareceu na cerimónia familiar.

Eugene Cernan e James Lovell – astronautas que voaram em missões Apolo – estiveram esta manhã a dar uma palestra em honra de Armstrong no Centro Médico Infantil de Cincinatti – o mesmo hospital que a família do astronauta recomendou para serem encaminhadas doações em vez de flores pela morte de Neil.

Apesar de hoje a família do astronauta norte-americano ter boas condições financeiras, nem sempre foi assim.

Problemas prosaicos em Terra

Esta semana, os norte-americanos – e não só - relembraram Neil Armstrong. Contudo, ainda existe uma história por contar. Neil antes de dar o seu “grande passo” na Lua teve de resolver problemas muito mais prosaicos em Terra.

“Estavam prestes a embarcar numa missão que é a mais perigosa que alguma vez um humano tinha participado”, descreveu Robert Pearlman, um historiador da exploração espacial, à National Public Radio (NPR). “E tinham uma família que estavam a deixar para trás, quando existia um risco real de não conseguirem voltar”, acrescentou.

Este é o tipo de situação em que qualquer pessoa iria criar um seguro de vida. No entanto, esse seguro para alguém que estava prestes a partir num foguetão pela primeira vez à Lua custava uma fortuna.

Todavia, Neil Armstrong tinha uma “carta na manga.” Ele era famoso, tal como toda a tripulação da missão Apolo 11, e muitas pessoas queriam os seus autógrafos.

“Estes homens deram autógrafos desde o dia em que foram anunciados como astronautas e sabiam que, mesmo não havendo na altura a eBay, havia um mercado para estas coisas”, sublinhou Robert Pearlman à NPR. Especialmente para os “envelopes”( covers no termo original em inglês) – envelopes assinados pelos astronautas e enviados em datas importantes.

Um mês antes do lançamento da missão espacial Apolo 11, os três astronautas foram postos em quarentena. Então, nos tempos livres, durante as seguintes semanas, cada um assinou centenas de envelopes. Depois deram-nos a um amigo. Nos dias importantes – dia de lançamento e dia da aterragem na Lua – um amigo ficou incumbido de os levar até aos correios e enviá-los para as famílias dos astronautas. Era um seguro de vida em forma de autógrafos.

Caso não regressassem da Lua, as suas famílias poderiam vendê-los e juntar uma quantia avultada, assegurando a educação dos seus filhos. No entanto, os “envelopes seguro de vida” não foram necessários - Armstrong e Aldrin andaram na Lua e regressaram bem a casa.

Desde o regresso da missão Apolo 11, estima-se que os três astronautas tenham assinado mais de 10.000 autógrafos de graça. Porém, já nos anos 1990, “estes autógrafos começaram a aparecer em leilões”, contou Robert Pearlman.

Actualmente, um autógrafo da missão Apolo 11 pode custar até 30.000 dólares (aproximadamente 23.800 euros).

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