Augusto de Carvalho “foi muito importante na trajectória do Expresso

“Entristece-me muito. Lamento imenso [a morte de Augusto de Carvalho]. Partilhámos momentos muito gratificantes ao longo o meu percurso profissional no Expresso”, diz ao PÚBLICO Vicente Jorge Silva, acrescentando que já não via Augusto de Carvalho desde que este tinha ido para Moçambique. Na capital, Maputo, Augusto de Carvalho trabalhou no semanário Domingo e foi o primeiro delegado da agência Lusa.

Foi em 1974, quando Vicente Jorge Silva era ainda um “jovem jornalista”, que os dois se conheceram, na redacção do Expresso que, na altura, “não tinha mais de 10 pessoas, já a contar com o director e o subdirector”. “O Augusto era o chefe de redacção e foi ele que proporcionou a minha entrada no Expresso”, recorda Vicente Jorge Silva.

Mais tarde, Vicente Jorge Silva passou a chefe de redacção e director daquele jornal. Em 1990, esteve na fundação do jornal PÚBLICO, tendo sido o seu primeiro director. Actualmente, colabora com o semanário Sol.

“O Augusto foi muito importante na trajectória do Expresso. Tivemos os nossos problemas a nível profissional dentro do espírito de frontalidade do jornal, mas recordo-me sobretudo de uma relação afectuosa”, diz o jornalista. “Houve alturas em que estivemos bastante próximos e frequentávamos a casa um do outro”, acrescenta.

Francisco Pinto Balsemão, fundador do Expresso e presidente do grupo Impresa, disse, em comunicado, que foi com pesar que recebeu a notícia da morte de Augusto de Carvalho."Recordá-lo-ei sempre como um dos grandes jornalistas a cobrir os temas da Lusofonia. Era um excelente profissional, com uma enorme experiência no sector", afirmou.

"Esteve na equipa fundadora do Expresso, foi chefe de redacção e, depois, diretor interino do jornal. É uma perda para o jornalismo em Língua Portuguesa”, acrescentou Balsemão.

Jorge Wemans, director da RTP2, trabalhou com Augusto de Carvalho no Expresso entre 1982 e 1983 e recorda-o como um jornalista bem-humorado. “Não gostava de ser director, gostava sim de fazer reportagem e de contactar com as pessoas”, disse à agência Lusa Jorge Wemans.

“Ele sempre recusou ser director do Expresso, só aceitou ser director interino, porque o jornal era conservador, de centro/direita, e ele era uma pessoa de esquerda”, acrescentou.

Notícia actualizada às 19h27
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