Quota elevada de serviço público torna privatização da RTP1 “menos atractiva”

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João Duque critica a má gestão do Estado na RTP Foto: Rui Gaudêncio

O economista João Duque, que havia sido escolhido para a liderar um grupo que avaliou o serviço público da RTP, disse, em declarações ao PÚBLICO, que este “não será afectado”, qualquer que seja o modelo de privatização escolhido. Para isso, Duque aconselha o Estado a exigir à empresa que participará na alienação da RTP a manutenção de uma série de conteúdos que julgue serem importantes do ponto de vista público. “Se se definir isso no caderno de encargos não há problema”, confia.

Contudo, de acordo com o economista, corre-se o risco de a privatização do canal se tornar menos apetecível para os investidores. “Quanto mais serviço público meter na RTP1, menos interessante é do ponto de vista privado, porque menos espaço se tem para passar a grelha comercial”, diz. Todavia, João Duque crê que o Estado deve “garantir o interesse de minorias”, criticando o facto de na RTP1 a grelha ser muito ocupada por telenovelas. “Quem não tem dinheiro, não pode ver outras coisas que não sejam de interesse comercial”, explica.

Na senda das declarações de António Borges, que acusava o Estado de ser “mau gestor”, João Duque partilha desta opinião. Para o economista o Estado “gasta muito para os serviços que presta”, sendo que, para Duque, o financiamento público nos últimos anos tornou-se “insuportável”.

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