Já noticiámos que na lista que a revista Sight and Sound vai publicar no seu número de Setembro, a dos melhores filmes de sempre, Vertigo - A Mulher que Viveu Duas Vezes, de Alfred Hitchcock, destronou O Mundo a Seus Pés, de Orson Welles, na liderança desde 1962. O que ainda não dissemos é que no ranking desta publicação do British Film Institute, feito de dez em dez anos desde 1952 e que se tornou uma referência graças ao painel de jurados, que inclui importantes realizadores, críticos e programadores, há três cineastas portugueses: Manoel de Oliveira, João César Monteiro e Pedro Costa.
A lista da Sight and Sound, que estabelece uma espécie de cânone do melhor do cinema e vai dando indicação da variação dos gostos, contou na edição deste ano, a mais globalizada de sempre, com a participação de mais de mil pessoas ligadas ao cinema. Para além de realizadores como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Quentin Tarantino, Mike Leigh, Aki Kaurismäki e Olivier Assayas, houve centenas de críticos, académicos, distribuidores, autores e cinéfilos de 73 países a participar (a revista recebeu 846 listas individuais com os top-ten, citando mais de 2000 filmes).
O mais representado entre os portugueses é Oliveira, com sete títulos, mas é Costa que, com três filmes na lista, é o mais bem cotado, com Juventude em Marcha (2006) em 235.º lugar.
César Monteiro está lá com Vai e Vem (2003) e Comédia de Deus (1995), mas na 894.ª posição, o que equivale a ter recebido apenas um voto. O mesmo se passa com a maioria dos filmes de Oliveira - só Vale Abraão (1993) e Amor de Perdição (1978) fogem a esta classificação (ficam nos 447.º e 588.º lugares, respectivamente).
Pedro Costa faz também parte do top ten dos melhores realizadores vivos, segundo a crítica. O cineasta de No Quarto da Vanda ocupa o 7.º lugar num ranking que tem Jean-Luc Godard à cabeça.