Walk&Talk: o adeus ao “museu ao ar livre global e democrático”

Para o ano há mais. Festival de arte pública termina este domingo

Foto
Hazul utilizou seis a sete latas de spray para completar esta obra Walk&Talk

O Festival Walk & Talk Azores 2012, que reuniu mais de 40 artistas na ilha de S. Miguel, nos Açores, “superou as expectativas” da organização, que prometeu regressar em 2013 com novas propostas culturais. “Estamos super satisfeitos com o resultado desta segunda edição, que verdadeiramente superou as nossas expectativas”, afirmou Jesse James, da organização do festival, num balanço à Lusa desta iniciativa que começou a 27 de Julho e vai terminar no domingo.

O festival, cujas actividades decorreram nos concelhos de Ponta Delgada e Ribeira Grande, pretendeu “promover e dinamizar o espaço público e a intervenção social através da arte”, criando um “museu ao ar livre global e democrático”. Nesta segunda edição participaram mais de 40 artistas regionais, nacionais e internacionais, num “festival de arte pública” que incluiu um programa dinâmico com exposições, formações, concertos e encontros temáticos.

“Na primeira edição passaram pela galeria cerca de 1.300 pessoas, número que foi atingido este ano em apenas duas semanas”, revelou Jesse James, acrescentando que “esta é a prova da adesão do público ao festival”. Os trabalhos artísticos expostos na galeria, instalada este ano num edifício junto ao Teatro Micaelense, vão ser vendidos, revertendo a receita para o funcionamento da associação que organiza o Walk & Talk.

Um cetáceo em tons de Hazul

Uma das intervenções deste festival decorreu na parede traseira de uma casa, junto a um hotel na marginal de Ponta Delgada, onde surgiu um enorme cetáceo pintado em tons de azul, branco e preto, uma referência directa à observação de baleias e golfinhos no arquipélago.

Hazul, nome artístico do jovem natural do Porto que pediu férias no emprego para participar no festival, demorou três dias a completar a sua pintura de mural, num trabalho que o deixou “orgulhoso e satisfeito”. “A ideia deste trabalho surgiu por acaso. Queria fazer uma peça única e marcante”, afirmou Hazul em declarações à Lusa, salientando ter utilizado entre seis a sete latas de spray para completar a obra.

Hazul revelou que começou por fazer grafitis clandestinos, evoluindo depois para outro tipo de intervenções artísticas devidamente autorizadas, procurando “juntar o útil ao agradável”. “Estou muito encantado com o que encontrei por cá. Quero ver se aproveito para conhecer as belezas da ilha, porque nunca tinha vindo aos Açores”, afirmou o jovem artista nortenho.