Tricampeão mundial do martelo excluído por “doping”
“A Federação de Atletismo viu-se obrigada a retirar de competição o destacado desportista bielorrusso Ivan Tikhon”, disse Anatoli Tozik, vice-primeiro ministro bielorrusso, citado pela agência Belta.
A decisão da IAAF segue-se após a “repetição de análises as amostras extraídas a Tikhon há oito anos, nos Jogos de Atenas”, acrescentou o governante.
Segundo a IAAF, qualquer análise pode ser revista após vários anos e com novas tecnologias, com o objectivo de despistar substâncias proibidas.
Tozik explicou que os exames realizados antes de Londres 2012 demonstraram que o lançador bielorrusso está “limpo”, além de que se encontra “em boa forma e estava preparado para lutar por uma medalha”.
O Comité Olímpico Bielorrusso (COB) reagiu com indignação à decisão da IAAF, adoptada em finais de julho, e que não deu tempo ao atleta para que se defendesse com a documentação necessária.
“Isto aconteceu há oito anos. Nessa época não se analisavam determinadas substâncias. É algo que se pode encontrar em qualquer desportista. E qualquer pessoa tem direitos”, disse o vice-presidente do COB, Serguéi Teterin.
Tikhon encontra-se há alguns dias na aldeia olímpica, mas está disposto a sair a qualquer momento da capital inglesa.
O lançador também foi bronze em Pequim 2008, atrás do seu compatriota Vadim Devyatovsky (prata), e ambos viram ser-lhes retiradas as medalhas – e mais tarde devolvidas -, por acusarem “doping” nos finais de 2009.
O Comité Olímpico Internacional começou por retirar as medalhas, devido a análises de testosterona em 2008, que os atletas negaram e recorreram para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), que acabou por lhes dar razão.
Na última década, Tikhon, de 36 anos, foi um dos melhores lançadores do martelo, sagrando-se campeão mundial em Paris (2003), Helsínquia (2005) e Osaka (2007), bem como campeão europeu.