O encerramento da trilogia que o autor de Memento dedicou ao Homem-Morcego soçobra - como o estádio desportivo numa das melhores cenas do filme - sob o peso das expectativas e das ambições. Parte da culpa está na ausência de um vilão à altura do Joker de Heath Ledger - o Bane de Tom Hardy é uma mera cifra - mas a outra parte está também na própria sensação de Nolan ter sentido a obrigação de fazer um filme que prolongasse a meditação sociopolítica que era um dos trunfos do filme anterior. O resultado nunca consegue encontrar esse equilíbrio que procurava entre a meditação sociológica e o filme de super-heróis, com a evidente inteligência das ideias e algumas interpretações de mérito (Anne Hathaway, Michael Caine, Joseph Gordon-Levitt) a esbarrar numa sisudez por demais árida, incapaz de gerir a sua própria herança e mitologia e de recuperar a vertigem da anarquia que fez de O Cavaleiro das Trevas um fenómeno. Continua a ser o nec plus ultra do filme de super-heróis moderno - antes isto que toda a concorrência, Joss Whedon que me perdoe - mas era legítimo esperar melhor.
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