Superfície gelada da Gronelândia com níveis de degelo "extraordinários"
A NASA confirmou que a capa de gelo que cobre a Gronelândia – desde as suas bordas mais finas até à grossa camada do centro, com quase três quilómetros de espessura – foi este ano alvo de um degelo à superfície.
Em 30 anos de observação por satélite, é a primeira vez que este fenómeno é observado com esta magnitude naquele território autónomo dinamarquês, indica a NASA.
Apesar de cerca de metade da superfície da área gelada da Gronelândia normalmente derreter durante os meses de Verão, a velocidade (em apenas quatro dias, entre 8 e 12 de Julho) e a escala em que isso ocorreu este ano surpreendeu os cientistas, que já descreveram o fenómeno como “extraordinário”, relata a BBC.
Até ao momento a mais extensa área de degelo observada nas últimas três décadas rondava os 55% da ilha.
Sabe-se, porém, que em 1889 houve um degelo na zona mais alta e gélida da ilha, tal como aconteceu este ano.
“Quando vemos degelo em zonas que não tínhamos visto antes, pelo menos durante um longo período de tempo, isso faz-nos questionar o que é que se está a passar”, disse o cientista chefe da NASA, Waleed Abdalati. “É um grande sinal, cujo significado só conseguiremos entender nos próximos anos”, disse, citado pela BBC.
Abdalati esclareceu que ainda não é possível determinar se este é um fenómeno natural, embora raro, ou se este degelo se fica a dever ao aquecimento global provocado pelo Homem.
Esta notícia vem a público apenas alguns dias depois de a NASA ter publicado imagens recolhidas por satélite em que se vê um icebergue com o dobro do tamanho de Manhattan a desprender-se da Gronelândia.
Notícia alterada às 11h39 com reformulação do lead e do título, que agora fazem referência não a um degelo completo mas a um derretimento superficial generalizado na Gronelândia