Querem apresentar "música inadulterada". Não é, por isso, à toa que a Clean Feed é uma das respeitadas editoras de jazz do mundo. Composta por Pedro Costa (na foto), Carlos Costa, Ilídio Nunes e Hernâni Faustino, cedo conseguiu a proeza de reunir alguns dos mais importantes nomes do género. Sassetti está no catálogo, tal como Peter Evans, Elliott Sharp, Daniel Levin, Carlos Bica, entre outros. A par, existe a Trem Azul, loja que, para muitos melómanos, é um mundo. Actividades não faltam. A 21 de Julho, por exemplo, levam BassDrumBone à Fundação de Serralves, em mais uma edição do Jazz no Parque, às 18h00.
Ninguém vos disse que já não se vive da música?
Basicamente toda a gente mas a teimosia é uma boa qualidade. Vencemo-los pela persistência.
Escolheram o nome da vossa editora numa noitada de Scrabble?
Podia ter sido mas por acaso não foi. Clean Feed é um termo técnico utilizado em vídeo e que significa alimentar um sinal puro. É o que nós tentamos fazer, apresentar música inadulterada.
Que bandas de outra editora levariam para uma ilha deserta?
Só posso responder por mim, levava os Black Keys, os Yo La Tengo, os Queens of the Stone Age, os Six Organs of Admitance, os The Thing e a Neneh Cherry para não ser só homens.
A vossa editora tem sotaque?
Tem um sotaque universalista mas com muito Português à mistura.
Quando é que foi a última vez que encheram os bolsos — e o ego?
O ego enchemos sempre que um artista nosso diz palavras bonitas sobre o nosso trabalho, o que acontece amiúde, felizmente. Os bolsos ???
Um álbum também se come com os olhos. Quem é o verdadeiro artista?
É aquele que não compromete a música por outras razões. Prefiro continuar a editar música boa do que editar lixo que se vende. Somos falidos mas orgulhosos, "wrong but strong".
Qual é o melhor sítio para ouvir música?
Onde ela está a tocar, de preferência ao vivo.
E que tal uma piada seca?
Qual o segredo para acabar com Eur 500,00 tendo uma editora? Começa-se com 100.000,00.
