A Velib’ é de quem quiser pedalá-la: há cinco anos que integra a rede de transportes públicos da capital francesa, aluga “liberdade, ecologia e saúde”, empresta “vida parisiense” a visitantes e moradores, e é uma bicicleta "made in" Portugal.
São 23 mil e fazem no domingo cinco anos. Estão espalhadas pelos 1700 pontos de acesso em toda a cidade e arredores. Funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. Têm "habitués", fãs e curiosos. As Velib’ são as bicicletas mais famosas de Paris, e metade das que correm a cidade foram feitas em Portugal.
Este sistema de bicicletas urbanas foi “um ponto de partida muito importante” para a empresa Órbita, disse à Lusa o presidente da empresa, Aurélio Ferreira. Em cinco anos, estas bicicletas fizeram mais de 130 milhões de trajectos e conquistaram mais de 220 mil clientes anuais. Em 2011 foram alugadas mais de 30 milhões de vezes.
“Hoje, o mundo está todo preocupado com a mobilidade, e somos consultados permanentemente para bicicletas urbanas. Estamos com um sistema de bicicletas urbanas que está a ter uma grande aceitação em Portugal e em todo o mundo”, afirmou. Este modelo, que os pés do mundo inteiro pedalam em Paris, é “muito especial” e “continua actual”. O responsável diz que a empresa tem apenas substituído algumas peças com desgaste normal e garante que tudo “está a funcionar impecavelmente”.
"Delícia. Tudo dez!"
Os ciclistas, dos ocasionais aos diários, confirmam. Sílvia Pinto tem 45 anos, vive em São Paulo, no Brasil, e é administradora. Encostou a sua Velib’ para tirar uma fotografia. Está de férias em Paris com a família, que também encostou, e que espera agora por ela. Todos gostam “muito” de andar de bicicleta e por isso procuraram o serviço: “Foi muito simples. Na esquina do nosso hotel havia um ponto de bicicleta. Põe-se o cartão de crédito, pega-se na bicicleta e anda-se pela cidade inteira. É uma bicicleta de óptima qualidade, funciona super-bem. Delícia. Tudo dez!”, disse à Lusa.
Luciano Iaçu e Nicolás Salores, ambos estudantes, e ambos com 25 anos, são argentinos. Vieram de Buenos Aires passar férias em Paris. Contam à Lusa que o posto de turismo os informou de que este serviço existia e estava acessível a turistas: “Decidimos usá-las. Temo-las usado em vez do metro e quando já estamos cansados de andar a pé. Assim vemos muito mais da cidade”, afirmaram.
Também Magali Lambert, de 58 anos, não tem razões de queixa. Esta parisiense é utilizadora diária da Velib’ desde o início do projecto. “Utilizo-a todos os dias, sempre que posso. Vendi recentemente o meu carro porque estava farta. É muito caro em Paris. Subscrevi o serviço anual, pago 29 euros por ano, e posso utilizar gratuitamente a bicicleta por períodos de meia hora. Sou muito mais feliz”, contou.
As bicicletas, diz, “são boas e robustas”. Não percebe, acrescenta, como é que “há quem consiga estragar algumas”. “O serviço está cada vez melhor, mas podia melhorar ainda mais se houvesse apenas bicicletas na cidade, se os carros fossem apenas para quem não pudesse deslocar-se de outra forma”, concluiu.