O cinema e a arquitectura têm muito em comum — e já há um curso sobre isso
De que forma a arquitectura e o cinema se interceptam? É a esta pergunta que a edição de 2012 do Curso de Verão Arquitectura e Cinema pretende dar resposta
O Curso de Verão Arquitectura e Cinema vai fazer falar académicos e especialistas na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, entre os dias 7 e 12 de Julho, sobre a forma como a arquitectura e o cinema partilham ideais, contextos, pressupostos, temas e modos de produção, dentro da esfera urbana.
O curso utiliza como material as curtas-metragens realizadas durante o projecto Ruptura Silenciosa. Intersecções entre a arquitectura e o cinema. Portugal, 1960-1974, no qual investigadores estudaram durante um período de três anos a proximidade entre os movimentos que reformaram o cinema e a arquitectura e que são a base de uma nova visão espacial e urbana.
Estas renovações surgiram na sequência de acontecimentos sociais, culturais e políticos na década de 60 e 70, não só em Portugal mas também no resto do mundo. Falamos da Pop Art, do Pós-Modernismo, da Nouvelle Vague e do Neo-Realismo, entre outros.
Para falar dos pontos em comum e das intersecções entre a arquitectura e o cinema, que levam a um raciocínio sobre a análise espacial dentro das imagens em movimento, o programa do curso contará com os nomes Dietrich Neumann, Michelle Sales, David Pinho Barros, Ana Resende, Francisco Ferreira, João Rosmaninho e Luís Urbano.
A cidade e a arquitectura presentes no Novo Cinema Português, no Cinema Novo Brasileiro, na Nouvelle Vague Francesa, na Nova Vaga Japonesa e no Cinema Russo, entre outros temas, são os destaques de uma agenda preenchida com exibições de filmes como “Perdidos por Cem – Crónicas de uma cidade” (que retrata uma Lisboa sem esperança), de António-Pedro Vasconcelos ou excertos de outros como “Alice” e “Morrer como um homem”, sobre as representações do corpo na cidade, inseridos no cinema português contemporâneo.
As inscrições para este curso custam 30 euros para estudantes e 50 para não-estudantes. A participação equivale a oito créditos de Formação Opcional em Matérias de Arquitectura, para efeitos de admissão na Ordem dos Arquitectos.