Patrícia Mamona sensacional vice-campeã europeia do triplo salto

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Patrícia Mamona estabeleceu um novo recorde nacional JONATHAN NACKSTRAND/AFP

Estudante de Medicina, de 21 anos, surpreendeu em Helsínquia e deu a Portugal a segunda medalha nos Europeus de atletismo que decorrem na Finlândia. Marco Fortes ficou-se pelo quinto lugar no peso

Há contos de fadas que se concretizam no desporto. Isso não é assim tão invulgar, pelo menos em países em que está determinado que o sonho se pode transformar em realidade com naturalidade. Portugal tem ficado muitas vezes fora destas transformações de sonhos em realidade, mas ontem Patrícia Mamona conseguiu nos Europeus de atletismo algo que há dias seria encarado como impossível.

Patrícia Mamona sagrou-se vice-campeã europeia do triplo salto, confirmando a tendência que tem de render o máximo nas competições mais importantes. Há dois anos, nos anteriores Europeus de Barcelona, tornara-se a primeira portuguesa a saltar mais de 14 metros e chegara à final, afirmando então que esperava fazer uma boa carreira atlética de elite, antes de se dedicar à profissão médica para que estuda.

Depois disso foi duas vezes campeã universitária norte-americana e chegou no ano passado a um recorde português de 14,42m. Nesta época ainda não havia atingido 14m e tinha perdido mais vezes do que ganho no confronto com Susana Costa, a outra lusa que esteve no triplo destes Europeus. Mas depois da qualificação aqui em Helsínquia já se suspeitava que ela encararia a final na luta por um lugar cimeiro.

A final de ontem foi logo decidida de entrada. A campeã de 2010 - e campeã mundial do ano passado - Olga Saladukha, da Ucrânia, abriu com 14,99m, a melhor marca mundial do ano e recorde pessoal, e fechou logo a discussão pelo título. Patrícia Mamona, a penúltima das 12 finalistas a saltar, também entrou em grande nível, com um salto a 14,52m, um recorde nacional e a certeza de que seria difícil encontrar quem a apanhasse. Isso veio a confirmar-se e só a antiga campeã mundial juvenil e júnior russa Yana Borodina se aproximou um pouco, mas não de forma fazer perigar o segundo lugar da portuguesa, com 14,36m no quarto ensaio e 14,35m no sexto.

Patrícia era assim uma destacada medalhada de prata, tendo ainda feito dois bons saltos para além do inicial: o quarto a 14,22m e o sexto a 14,21m. Aos 21 anos, a portuguesa entra para a estrita elite das medalhadas numa prova difícil e atingiu a maturidade mais cedo do que o esperado. E agora o céu é o limite.

Patrícia Mamona deu a segunda medalha a Portugal, após o terceiro lugar de Sara Moreira nos 5000m. Um potencial medalhável, entretanto, conseguiu apurar-se ontem para a final: Marcos Chuva alcançou 7,96m na última tentativa do comprimento, sendo repescado.

Pelo contrário, Marco Fortes perdeu a oportunidade de chegar ao pódio no peso. No terceiro ensaio chegou a 20,24m, mas não conseguiu melhorar e essa marca deu-lhe o quinto lugar com o mesmo resultado do quarto, o turco Huseyin Atici, e a 12 cm do pódio, enquanto o campeão mundial David Storl ganhava com um avanço insolente (21,58m).

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