“Ele está bem, está consciente a abriu os olhos”, disse aos jornalistas o seu advogado, Ion Cazacu. A bala atingiu-lhe o pescoço, e a tentativa de suicídio ocorreu pouco após a emissão de um mandato de detenção.

Dois polícias deslocaram-se a sua casa para o prender e Nastase terá pedido tempo para recolher alguns livros, adiantou a agência Mediafax, citada pela AFP. Mas o antigo primeiro-ministro acabou por pegar numa arma e disparar.

Nastase, de 61 anos, esteve à frente do Governo da Roménia entre 2000 e 2004 e viu nesta quarta-feira confirmada pelo Supremo Tribunal da Roménia a sentença de dois anos de prisão, depois de ter sido acusado pelo desvio de fundos públicos na ordem do 1,5 milhões de dólares para a sua campanha eleitoral, os quais se destinavam a financiar um simpósio junto de empresas e homens de negócios. As eleições acabaram por ser ganhas por Traian Basescu, o actual Presidente, que tem sido um acérrimo rival de Nastase, a ponto de este o acusar de estar por detrás do processo judicial de que foi alvo.

O antigo primeiro-ministro não compareceu na sala de audiências na altura em que a sentença foi confirmada, e foram-lhe dadas 24 horas para se apresentar à polícia para ser detido. É o mais alto responsável político condenado na Roménia após a queda do regime comunista, num dos raros julgamentos que envolveu, na Europa, um antigo chefe de Estado.

Ao longo do processo, Nastase defendeu ter sido vítima de um processo político. A sua condenação fragiliza também o Governo de Victor Ponta, de que Nastase é considerado mentor.

A investigação relativa a este caso de corrupção começou há mais de três anos, Nastase teve cinco advogados que terão procurado que o caso prescrevesse.

A Roménia entrou na União Europeia em 2007, e desde então tem sido alvo de observação por parte de Bruxelas no que diz respeito às reformas no sistema de justiça e combate à corrupção.

Após a tentativa de suicídio, o primeiro-ministro Victor Ponta visitou Nastase no hospital Floreasca, em Bucareste, e disse à AFP que a situação do antigo chefe de Governo “está controlada”. E apontou também o dedo ao Presidente ao dizer: “Pergunto-me se Basescu estará satisfeito agora”.