Começou a ler aos dois anos, a escrever aos três, a compor música aos cinco. Um teste de QI feito aos quatro anos dizia que o grau era demasiado alto para ser medido - estava perto do nível de génio.
Eram sinais de uma vida que seria levada em "fast-forward": aos 12 anos, Sho Yano entrou no curso de Medicina na Loyola University e agora, com 21, tornou-se no mais novo aluno a completar o curso na mesma área na Pritzker School of Medicine, na Universidade de Chicago, onde também já concluiu um doutoramento em genética molecular e biologia celular.
Sho Yano preferia “não ser reconhecido como um génio”, gostava que o aceitassem apenas como ele mesmo. “Decidi que ser um menino prodígio não podia ser o centro daquilo que eu sou. Se fosse, não acho que pudesse ser uma pessoa feliz”, disse numa entrevista ao Chicago Tribune.
Universidades não o aceitavam
A verdade é que, mesmo com provas de inteligência invulgar dadas, não foi fácil convencer algumas escolas a aceitar Sho Yano tão precocemente – nos Estados Unidos os estudantes entram na faculdade de Medicina aos 23 anos, em média, e as faculdades alegavam que o rigor do curso podia impedir o jovem prodígio de ter uma adolescência normal.
Sho Yano recusava-o ("nunca percebi porque é que ter a possibilidade de desafiar era considerado mais prejudicial do que ficar completamente entediado"). Continua a recusar que exista qualquer particularidade relacionada com a idade que o faça “agir de forma diferente” dos outros: “Tendo a ser impulsivo, mas acho que isso é uma característica da minha personalidade”, avalia.
O jovem americano é filho de pai japonês e de mãe sul-coreana. Sayuri, a irmã e confidente, é também uma “menina prodígio”: aos 15 anos já completou uma licenciatura em Biologia na Universidade de Roosevelt e está agora em Baltimore, na Universidade Johns Hopkins, a estudar violino.
A música é também uma paixão para Sho Yano, que chegou mesmo a “considerar seriamente” optar por seguir esse caminho como carreira. A ideia de falar com as pessoas e fazer a diferença na vida delas” acabou por pesar mais e levá-lo a optar pela área médica. Vai agora iniciar o internato em “neurologia pediátrica”, uma escolha óbvia para o jovem americano (“a maior [razão] é porque gosto de brincar com crianças”, explicou ao Chicago Tribune).
Doce e humilde, muito esforçado, "geek" e amante de literatura. Colegas e docentes garantem que Sho Yano pode agora respirar de alívio: as dúvidas à volta da sua maturidade e da capacidade para completar um curso como Medicina estão completamente dissipados. Os cognomes que Yano dispensa - génio, prodígio, sobredotado - é que dificilmente o vão largar.