Digam adeus às donas de casa, ao Dr. House e ao Horatio do CSI

Esta temporada é marcada pelo ponto final de produções com vários anos: "House", "Donas de Casa Desesperadas" e "CSI Miami" chegam ao fim. Por que é que algumas séries são um sucesso e outras não?

Horatio Caine coloca os óculos de sol pela última vez e despede-se dos fãs, após 10 temporadas e 232 episódios Reuters
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Horatio Caine coloca os óculos de sol pela última vez e despede-se dos fãs, após 10 temporadas e 232 episódios Reuters
Em 2005, Donas de Casa Desesperadas foi uma das séries mais vistas em todo o mundo Reuters
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Em 2005, Donas de Casa Desesperadas foi uma das séries mais vistas em todo o mundo Reuters

Para os amantes de Hollywood, a temporada fica marcada pela conclusão de séries com muito sucesso nos últimos anos. "House", "Donas de Casa Desesperadas" e "CSI Miami" chegam agora ao fim.

Ao passo em que umas séries acabam, outras vão sendo lançadas. É o caso de "The Following", da FOX, um thriller, protagonizado por Kevin Bacon, que conta a história de um agente do FBI que tenta capturar um assassino em série.

Mathew Perry, o Chandler de "Friends", também está de volta com "Go On", uma comédia que deve estrear entre Setembro e Novembro de 2012, nos EUA.

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A série House prendeu os espectadores desde que foi para o ar, em Novembro de 2004 Reuters

O fim de "House": "Everybody Dies"

O médico anti-social e mal-humorado mais famoso do mundo deixou de fazer parte dos serões de quem gosta de séries. "House" chegou ao fim, depois de oito temporadas, na segunda-feira, 21 de Maio, com o episódio "Everybody dies".

Com uma personagem principal perto do anti-herói, "House" conseguiu captar a atenção de muito amantes do que é produzido em Hollywood. Muito do sucesso da série deve-se à interpretação, pelo actor inglês Hugh Laurie, do médico mal-humorado, céptico e distante dos pacientes que se destaca, também, pela genialidade quando é hora de fazer diagnósticos.  "House", que foi inspirada na "Coluna dos Diagnósticos", da revista do "The New York Times", que destaca casos médicos anormais, foi a série mais vista do mundo em 2008.

Rodrigo Nogueira, editor da secção de televisão da revista "Time Out" e cronista do P3, acredita que a televisão tem o papel de "distrair as pessoas" e de fazer "desanuviar depois de um longo dia de trabalho". No entanto, acrescenta que séries como "House" se esgotam "muito facilmente", ainda que "os actores e a escrita sejam bons".

O cronista considera que os episódios são "iguais em termos de estrutura e acontece sempre mais ou menos a mesma coisa". Porém, acredita que é mesmo essa a ideia porque, normalmente, as pessoas gostam do que é "familiar". Acrescenta ainda que a televisão é um meio "que vive de quem vê" e é "mais fácil cativar espectadores" que já "sabem o que esperar" e vêem as séries "mais ou menos passivamente".

CSI Miami: a primeira das séries CSI a acabar

Outra das séries que acaba esta temporada é CSI Miami. A produção faz parte do grupo de séries criminais que tem cativado os espectadores e tem feito sucesso um pouco por todo o mundo. A série norte-americana, que mostra o trabalho de uma equipa de investigação criminal, é um dos "spin-off" da série CSI: Crime Scene Investigation.

Horatio Caine, Calleigh Duquesne, Eric Delko, Alexx Woods e Tim Speedle surgiram, pela primeira vez, em CSI Miami, a 9 de Maio de 2002 e, depois de dez anos, a série foi a primeira a ser oficialmente cancelada, no passado dia 13 de Maio, pela CBS, enquanto as outras duas foram renovadas.

Com uma grande dose de mistério, suspense e acção, a série mantém, na sua essência, a fórmula original. Contudo, há mais envolvimento entre os investigadores e as vítimas do que no CSI original. Ao longo dos anos, CSI Miami recebeu alguns prémios, como o People's Choice Awards, em 2003, para a nova série dramática de televisão favorita. Ganhou também alguns Emmy, mas sobretudo em categorias técnicas.

Rodrigo Nogueira afirma que as pessoas preferem ver séries que não necessitem de muito investimento "do ponto de vista emocional", como por exemplo séries como "Os Sopranos" ou "The Wire", que "tomam mais riscos que as outras". Contudo, isto também acontece pelo facto de serem séries de canais de cabo, por isso têm outra "liberdade, preocupações e objectivos". Assim, o cronista defende que as séries não precisam de ser "um sucesso enorme para serem rentáveis".

Rodrigo Nogueira sublinha, também, o facto de algumas personagens destas séries não serem os heróis, como normalmente acontece. Tony Soprano matava pessoas, era "um mafioso", e Don Draper, de "Mad Men", é "um mulherengo (...) e egoísta". Não é suposto as pessoas "identificarem-se com estas pessoas", o que não quer dizer que não sejam "interessantes".

Donas de casa: o fim após oito temporadas

"Donas de Casa Desesperadas" é outro fenómeno televisivo que chega ao fim esta temporada. Susan, Lynette, Bree, Gabrielle e Mary Alice estão no ar desde 2004 e despedem-se depois de 8 temporadas e 180 episódios. A série, criada por Marc Cherry, combina elementos de drama, comédia e mistério, que captaram a atenção de milhões de espectadores.

Ao longo das oito temporadas, houve apenas dois episódios que não foram narrados por Brenda Strong, Mary Alice Young na série. Mary Alice está morta na trama mas narra, durante as oito temporadas, o que acontece nas vidas dos amigos e vizinhos.
Em 2006, surge um jogo, com doze níveis, inspirado na série, distribuído pela Buena Vista Games. A personagem que narra o jogo é a mesma que o faz na série.

Todas estas séries tiveram muito sucesso enquanto estiveram no ar e Rodrigo Nogueira finaliza com a pergunta "por que é que certas coisas são um sucesso e outras não?", ao que responde que sucesso "não é significado de qualidade", apesar de considerar que existem ainda séries interessantes, nomeadamente comédias como "Community", "com densidade", que "exigem imenso das pessoas".

No entanto, assegura que as séries "não são assim tão alienadoras", as pessoas é que "são preguiçosas e gostam de se fingir mais burras do que são na realidade". Ainda assim, o cronista advoga que "ninguém é automaticamente melhor ou pior pessoa por ver a série X ou Y" e acredita que a "boa televisão ajude muitas vidas", nomeadamente a "mudar ideias e lutar contra preconceitos".

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