Secretas: Capucho exige que caso vá até "às últimas consequências"

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Capucho considerou que as novidades sobre o relacionamento do ministro dos Assuntos Parlamentares e o ex-director do SIED deixam o primeiro numa “situação muito difícil" Miguel Manso (arquivo)

António Capucho, ex-dirigente do PSD e antigo conselheiro de Estado, considerou este sábado que as novidades sobre o relacionamento do ministro dos Assuntos Parlamentares e o ex-director do SIED, Jorge Silva Carvalho, deixam o primeiro numa “situação muito difícil”.

Em declarações à rádio TSF, o ex-secretário-geral do partido de Miguel Relvas exige esclarecimentos e consequências: “A confirmar-se tudo isto e alguns dados parecem irrefutáveis, estamos perante situações gravíssimas que têm de ser esclarecidas e levadas às últimas consequências, porque a imagem e prestígio do Governo podem deteriorar-se rapidamente se não for prontamente estabelecido um esclarecimento para a opinião pública.”

A reacção surge depois de emergirem mais dados na investigação do Ministério Público sobre as possíveis irregularidades cometidas ex-responsável do SIED.

Entre estas, o facto de - segundo o Expresso, o Diário de Notícias e o i - Miguel Relvas se ter encontrado três vezes com Carvalho nos últimos anos. Duas vezes em Março de 2010, sendo que na primeira vez terá também estado presente, o director da Unidade nacional de contra-terrorismo da Polícia Judiciária, Luís Neves. Alegadamente um dos nomes que Carvalho haveria de sugerir depois para um cargo de direcção nas secretas.

No segundo encontro relatado, participaram também Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, e José Braz da Silva, um empresário com ligações a Angola e Cabo Verde.

O PÚBLICO noticia também na edição de hoje, a realização de um terceiro encontro, um jantar em Agosto do ano passado, na Quinta do Lago, no Algarve, já depois de Relvas ser ministro de Pedro Passos Coelho.

Aos jornais Expresso e Diário de Noticias, Miguel Relvas respondeu que tais encontros se haviam realizado “sempre em locais públicos e em ocasiões sociais”.

É também revelada a troca de mensagens de telemóvel entre Relvas e Carvalho. Estando nove SMS em causa, o Expresso avança que num desses o agora ministro terá respondido que estava a ver o que podia “fazer” em relação a uma solicitação do ex-responsável de um dos serviços de informações portugueses.

O jornal i e o Expresso, revelam também que Silva Carvalho terá enviado a responsáveis da Ongoing dados sobre Pinto Balsemão, o dono da Impresa, e que tinha um conflito com a primeira Ongoing. Ao i, Balsemão destacou a gravidade das suspeitas. “Recentemente consultei os relatórios que a PIDE fez quando me espiava. Agora, quando vivemos em democracia, é muito mais grave.”

Ainda segundos o publicado nesses dois jornais, o ex-chefe dos espiões terá mandado investigar, no interesse da Ongoing, tudo sobre Pinto Balsemão. Até os empréstimos que tinha. Silva Carvalho terá recebido depois um relatório de 31 páginas, incluindo listas de amigos, inimigos e aliados de Pinto Balsemão. Que alegadamente terá remetido para Paulo Mateus Félix, que na altura trabalhava na Ongoing.

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