Tridente estreou-se com viagem até aos EUA
Novo submarino português partiu ontem para uma missão nos Estados Unidos que durará cerca de três meses
O submarino Tridente partiu ontem para a sua primeira viagem pelo Atlântico Norte, onde irá participar num exercício de comemoração da guerra anglo-americana e certificar o seu sistema de armas de bordo.
O NRP Tridente, um dos dois submarinos adquiridos pela Marinha portuguesa à Alemanha, partiu às 12h da base naval do Alfeite, em Almada, para uma missão nos Estados Unidos que durará cerca de 3 meses. "Trata-se de um exercício internacional a convite da Marinha americana. Vai servir para exercitar o funcionamento do nosso submarino e para certificar as forças americanas. Irá ser ainda realizado um exercício para certificação técnica do sistema de armas", explicou aos jornalistas o comandante do submarino, o capitão-tenente Amaral Henriques.
O exercício, que tem o nome de War of 1812-FleetEX, está inserido nas comemorações do bicentenário da guerra de 1812, guerra que opôs as tropas dos Estados Unidos às do império britânico.
A participação inicia-se com um exercício aeronaval que vai decorrer na costa leste dos Estados Unidos, ao largo de Nortfolk, entre 19 e 29 Junho. Além de Portugal e dos Estados Unidos participam neste exercício o Reino Unido, a Alemanha, a Dinamarca, a Noruega, o Canadá e o Brasil.
Amaral Henriques referiu ainda que o exercício terá um impacto financeiro mínimo nas contas da Marinha, uma vez que já estava inscrito no orçamento e pelo facto de ser um dos navios mais baratos de operar da Marinha de Guerra portuguesa.
A agência Lusa visitou o submarino e pôde constatar a ansiedade de alguns dos tripulantes, a minutos de partirem em missão. Rodrigo Ferreira, um dos tripulantes do Tridente, referiu que as saudades da família e a limitação de espaço do submarino serão os "maiores inimigos" durante a viagem, que dura cerca de 20 dias. "Não é fácil estar fechado tanto tempo e acredito que tudo vai ser vivido com muita intensidade. No entanto, nós estamos habituados e também fomos treinados para isto."