Há sete instituições de ensino superior com ofertas para a terceira idade

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Universidades para a Terceira Idade querem relação mais estreita com instituições de ensino superior Foto: Miguel Madeira

A Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS) desafiou esta sexta-feira, em Santarém, que essas instituições sejam “membros observadores”

O presidente da RUTIS, Luís Jacob, sublinhou a grande diversidade dos vários programas existentes, uma experiência “enriquecedora” que começou a surgir em Portugal há oito anos e de que as cerca de 190 Universidades de Terceira Idade existentes no país poderão beneficiar. Nesse sentido, Luís Jacob anunciou que a RUTIS vai convidar formalmente aquelas instituições a tornarem-se seus associados como “membros observadores”.

Sublinhando que, em Portugal, “venceu o modelo inglês”, de resposta de ensino informal, sem certificação e praticamente gratuito para a população com mais de 50 anos, Luís Jacob destacou o facto de, a partir de 2006, terem começado a surgir projectos a nível universitário, na linha do modelo francês.

“Não são concorrentes, são projectos que se complementam”, afirmou Luís Jacob, sublinhando que a tendência é para que este tipo de oferta continue a crescer, tanto porque as universidades procuram meios de financiamento, como porque a população sénior é tendencialmente “mais culta”.

Das universidades aos politécnicos

Existem programas no Instituto Politécnico de Leiria (IPL), na Universidade Técnica de Lisboa, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, na Universidade de Évora, na Universidade Católica do Porto, na Academia de Ciências de Lisboa e na Universidade dos Açores.

Mas, brevemente haverá mais instituições com oferta para os idosos. A RUTIS vai iniciar este ano, em parceria com o ISLA, uma pós graduação sobre “Cidadania Activa” para maiores de 50 anos; e a Escola Superior de Educação de Santarém está a preparar uma oferta de formação formal para esta população.

Os projectos variam entre uma oferta que permite aos alunos seniores, com formação inicial desde o 1.º ciclo ao superior, frequentarem as aulas normais dos vários cursos de licenciatura do IPL, complementadas por um conjunto de actividades paralelas, até à experiência, muito próxima da das UTI, da Universidade de Évora.

Neste caso, a Escola Popular da Universidade de Évora abriu a sua oferta de formação a todas as idades e a todos os níveis de escolaridade, num modelo totalmente gratuito e assente no voluntariado dos professores e na parceira com instituições e autarquias.

Com propostas assumidamente diferenciadas das das UTI, as universidades Técnica de Lisboa, do Porto e Católica do Porto impõem uma escolaridade mínima equivalente ao 12.º ano, tendo criado programas que contam com contributos das várias faculdades e possibilitando a obtenção de avaliação e certificação.

No caso da Academia de Ciências de Lisboa, desde 2010 que é oferecido um programa “de ensino superior de elevada qualidade”, em que é dada voluntaria e gratuitamente, “aos que querem saber mais, a possibilidade de acompanharem os avanços científicos e tecnológicos e as mudanças culturais”.

Na conferência foram ainda apresentados quatro projectos que estão a ser desenvolvidos pela ESES e pela RUTIS, um que estuda formas de a banca adaptar as suas páginas electrónicas e os écrans de Multibanco aos seniores, e os outros visando o intercâmbio dos alunos das UTI com outros países europeus.