Vítor Gaspar: “A satisfação de vida de um desempregado não se recupera”
Vítor Gaspar falava, em inglês, durante uma intervenção, na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, sobre a crise na zona euro e o desemprego jovem.
Recordando um artigo que leu, afirmou aos membros de juventudes partidárias europeias de centro-direita: “O que o autor diz é que a maioria das pessoas se adapta surpreendentemente bem às mudanças nas suas vidas. Mesmo após acontecimentos trágicos, como a morte de um familiar ou de uma doença crónica, recuperam o bem-estar anterior quase completamente… Mas há um acontecimento para o qual isto parece não ser verdade: o desemprego."
“Comparado com outras experiências negativas, a satisfação de vida de um desempregado não se recupera, mesmo depois de estar desempregado há muito tempo”, acrescentou esta manhã, em declarações citadas pela SIC. Também o primeiro-ministro falou sobre o desemprego, no dia em que a Comissão Europeia divulgou uma previsão para a taxa portuguesa este ano de 15,5%.
Durante a tomada de posse do Conselho para o Empreendedorismo e a Inovação, no CCB, em Lisboa, apelou aos portugueses para que adoptem uma “cultura de risco e de maior responsabilidade”. E considerou que pode ser “uma oportunidade para mudar de vida”, segundo cita a Lusa. As palavras de Pedro Passos Coelho já mereceram críticas da oposição. O deputado socialista Pedro Marques disse que as declarações são graves e o coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, qualificou-as como “indignantes”.
Na Casa das Histórias, Vítor Gaspar afirmara: “O desemprego é, realmente, um dos maiores problemas que enfrentamos hoje em dia, se não o maior. A actual crise expôs vários problemas estruturais que afectam várias economias desenvolvidas. O desemprego destaca-se nessas economias”.
Segundo o relato da mesma estação, os jornalistas só puderam estar presentes na sala para ouvir os primeiros minutos da intervenção do ministro das Finanças.
À saída do museu, Vítor Gaspar recusou comentar a previsão da Comissão Europeia para o desemprego em Portugal este ano (15,5% da população activa).