Hospital de Alcobaça será integrado no Centro Hospitalar Leiria-Pombal

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Paulo Macedo disse que o processo de fusão ainda está no início DR

A maioria da população passa para Leiria, embora as freguesias de Alfeizeirão, Benedita e São Martinho continuem nas Caldas

O ministro da Saúde anunciou ontem que o Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, em Alcobaça, passará a integrar o Centro Hospitalar Leiria-Pombal (CHLP), indo ao encontro da pretensão da Câmara Municipal e dos próprios utentes.

Paulo Macedo esclareceu que estão a ser estudadas as soluções jurídicas para que tal se concretize, uma vez que aquele hospital, integrado no Centro Hospitalar do Oeste Norte, "não é uma entidade jurídica autónoma". "Vamos ter de criar essa entidade para depois poder ser objecto de cisão e depois fusão", disse, adiantando que se trata de um processo que se insere na agregação dos centros hospitalares do Oeste Norte (Caldas da Rainha) com Oeste Sul (Torres Vedras). Contudo, o ministro garante que "o que é fundamental é que temos uma direcção clara para aquilo que vai acontecer em termos do hospital de Alcobaça".

Um anúncio saudado pelo presidente da Câmara Municipal de Alcobaça. Paulo Inácio refere que se tratou de um "processo demorado e difícil, desenvolvido desde há muitos meses". Mas, agora, "é sempre agradável ouvir publicamente o senhor ministro confirmar o encerramento do processo de uma vez por todas".

O autarca considera que a agregação do hospital de Alcobaça ao Centro Hospitalar de Leiria-Pombal "é uma mais-valia para todos", até porque "sempre reconhecemos capacidade técnica e saber ao hospital de Leiria".

Valências em Alcobaça

Apesar de reconhecer que o processo se encontra numa fase inicial, Paulo Inácio considera que é importante que sejam mantidas todas as valências de cuidados de saúde em Alcobaça, como é o caso do serviço de urgências, o internamento e a cirurgia de ambulatório.

Porém, o autarca salienta a importância daquela fusão, tendo em conta a "excelência e o know-how do hospital de Leiria" estando convencido que "irão fazer todos os esforços para manter e aumentar a qualidade do hospital de Alcobaça".

Mais contido em comentários sobre o futuro daquela unidade de saúde está o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria-Pombal. Hélder Roque considera que o processo "ainda está na fase de análise jurídica" pelo que "a seu tempo analisaremos com todos os interlocutores o que é mais adequado para servir as populações".

A reivindicação para integrar o hospital de Alcobaça no Centro Hospitalar Leiria-Pombal surgiu depois da divulgação de um estudo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, no âmbito da reestruturação dos cuidados de saúde na região Oeste.

Aquele documento apontava para a passagem do internamento para as Caldas da Rainha e a transferência de consultas de especialidade e de serviços de urgências para o centro de saúde com o apoio de uma ambulância de suporte imediato de vida (SIV) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Segundo Paulo Inácio, serão remetidos para o Hospital de Santo André de Leiria cerca de 45 mil habitantes, ou seja, cerca de 80% da população, uma vez que, por critérios de proximidade, as freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto reportarão ao Centro Hospitalar do Oeste Norte, com sede em Caldas da Rainha.

Tanto Paulo Inácio como Hélder Roque apontam para que os serviços de saúde continuem a ser prestados nas instalações do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, de Alcobaça, embora a administração esteja sediada em Leiria.

Contudo, o autarca não esconde o seu desejo de ver o hospital de Alcobaça a ser requalificado no futuro, até porque "se trata de um hospital centenário".

Antes, durante a sessão solene de inauguração das novas instalações do Serviço de Urgências do Hospital de Leiria, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou que "é por de mais reconhecido que o presente contexto económico-financeiro a todos exige fazer mais e melhor com menos recursos".

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