Supermercados com margens superiores a 50% nalguns alimentos

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Foto: Pedro Elias (arquivo)

Entre quatro produtos analisados, apenas no caso da pêra a margem era inferior a 50%, sendo de 40%. “Na alface, 80% do preço final fica na distribuição – um quilo de alface custava, em média, cerca de 40 cêntimos à saída do produtor e quase 1,80 euros no supermercado; na cenoura, a margem de comercialização ficava entre o 55% e os 70%; na maçã, a margem era superior a 50%”, segundo dados publicados no seu sitea. O Observatório quer estudar mais alimentos.

Criado pela Assembleia da República, o Observatório dos Mercados Agrícolas está a recolher dados para apurar o lucro das grandes superfícies na venda de produtos alimentares. Integra elementos do Governo e de diversas organizações de produtores e também de sindicatos.

A presidente do Observatório dos Mercados Agrícolas, Maria Antónia Figueiredo, disse à rádio TSF que estes dados apontam para uma conclusão: “Não há um equilíbrio na distribuição ao longo da cadeia. Ou seja, o produtor é aquele que fica com a menor percentagem relativamente ao preço final que é comercializado.”

Nos alimentos “que estudámos, a tendência era esta, da maior percentagem ficar na grande distribuição. Estamos a falar, essencialmente, ao nível das hortícolas, ao nível da fruta, fizemos também para o caso do azeite e fizemos para o caso das carnes”

Pagar metade do preço no supermercado não significa, assim, obrigatoriamente prejuízo para as empresas. “Nestes casos, em que a margem é superior a 50%, ainda fica a ganhar dinheiro.”O Observatório pede regulação para que não exista um desequilíbrio tão grade entre as margens de venda do produtor e dos supermercados.

A Confederação Nacional da Agricultura marcou para hoje uma concentração nacional de agricultores em Lisboa, com início às 15h, no Príncipe Real, seguida de desfile até à Assembleia da República. Os agricultores pretendem alertar as autoridades para os problemas no mundo rural.

Notícia actualizada às 9h36

, com referência à publicação de dados no

site

do Observatório dos Mercados Agrícolas.