Tabaco: já podes enrolar cigarros como um profissional
Com o aumento das vendas do tabaco de enrolar, surgem cada vez mais aparelhos que facilitam o trabalho do consumidor. Existem máquinas para todos os preços, tamanhos e gostos. É tudo uma questão de escolha - sempre com a poupança em mente.
A mudança de hábitos no consumo de tabaco acentuou-se com a crise. A transição do tradicional maço para o tabaco de enrolar tem-se intensificado nos últimos anos. Mas o próprio acto de enrolar começa a ser substituído pelas máquinas. Mais rápido, simples e eficaz. É toda uma panóplia de aparelhos disponíveis para facilitar a tarefa de quem prefere poupar uns trocos.
Os preços variam bastante. Desde uma máquina simples que enche um cigarro de cada vez (também existem versões que enchem dois ou até cinco cigarros ao mesmo tempo), a partir de cinco euros, até às eléctricas, mais sofisticadas. Neste caso, os preços rondam os 40 euros, podendo mesmo chegar aos 80 euros. Por este preço, a máquina liga-se à corrente e faz o trabalho todo. Basta para isso ter o material necessário. Além do tabaco, estas máquinas de encher exigem tubos, em substituição das típicas mortalhas. Estes, já com filtros, podem vir em caixas de 100 a 500 tubos.
André Nascimento é fumador há cerca de 11 anos. Optou pela máquina de tubos há sete. "Andava na tropa na altura e decidi começar a utilizar a máquina", diz. André revela que poupa cerca de cem euros mensalmente. "Fumo bastante. Antes de começar a usar a máquina fumava mais de um maço por dia. Com isto, não gasto mais do que 20 euros por semana", assume.
Estas máquinas representam uma poupança considerável. Não só ao nível do preço, mas também do trabalho. Uma máquina simples pode ser facilmente transportada no dia-a-dia. Ter uma máquina eléctrica em casa permite fazer, rapidamente e sem esforço, entre 30 a 40 cigarros, isto apenas com um pacote de 25 gramas de tabaco de enrolar. O mais barato no mercado está disponível por dois euros.
Negócio aumentou 50%
É nas tabacarias onde estas alterações se verificam com maior evidência. Joaquim Alves é um dos gerentes da Casa do Tabaco, na rua da Boa Hora, no Porto. O comerciante garante que, além de uma subida de cerca de 50% na venda de tabaco de enrolar, "há imensa gente a optar pelas máquinas de tubos". Joaquim afirma que muitos jovens ainda preferem enrolar à mão, mas a venda de máquinas tem crescido gradualmente, até porque "os tubos são mais parecidos com o tabaco tradicional", explica.
Na Loja do Tabaco, na rua de Cedofeita, também no Porto, a situação é semelhante. Carlos Almeida, gerente da loja, não avança com números, mas afirma que "já não existe grande diferença nas vendas entre tabaco de enrolar e o tabaco de maço". Diz também que "a venda de materiais associados ao tabaco de enrolar, como filtros, tubos e máquinas, tem aumentado exponencialmente".
Carlos revela ainda que a ideia de que apenas os jovens optam por tabaco de enrolar se alterou. "Hoje em dia temos muita gente mais velha a optar pelo tabaco de enrolar e, sobretudo, pelo uso das máquinas", lança. Numa altura em que a crise aperta os bolsos dos portugueses, a venda de tabaco tradicional tem baixado drasticamente. Os comerciantes esperam, por isso, que o tabaco de enrolar e o crescente uso de máquinas possam regularizar a situação. A poupança é um sinal positivo — em tempos de crise vale tudo.