Peso da peça do Titan que caiu sobre pipelines em Leixões foi mal calculado

Administração do porto concluiu relatório preliminar do inquérito ao acidente que matou uma pessoa e feriu outras três

O relatório preliminar do inquérito ao acidente, seguido de explosões e de um incêndio, que ocorreu a 12 de Abril no molhe sul do porto de Leixões, revela a existência de erro no cálculo do peso da peça do guindaste Titan que caiu sobre um pipeline de gás. Segundo a administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), o peso estimado no projecto de desmontagem daquela máquina histórica era inferior ao peso determinado após o acidente, que, garante, foi debelado com o "rápido accionamento" do plano de segurança.

Em comunicado ontem enviado à imprensa, a APDL garante que a pesagem do contrapeso era impossível antes da operação, tendo sido feita uma estimativa pela empresa contratada - a Eurocrane - para desenvolver o projecto de desmontagem da peça de arqueologia industrial. Ainda assim, o relatório preliminar do inquérito não aponta conclusões sobre o efeito que o desfasamento na avaliação terá tido no acidente grave, que provocou um morto e três feridos.

A queda do contrapeso do guindaste Titan, que estava a ser desmantelado desde 3 de Abril, sobre o pipeline de gás que liga o terminal de petroleiros aos armazéns da Repsol, na cidade, provocou uma forte explosão inicial, seguida de outras menores, e um incêndio com grandes labaredas e uma coluna de fumo negro que se podia ver a quilómetros de distância, em vários concelhos do Grande Porto. Além da vítima mortal e dos feridos, o incidente provocou o pânico nas dezenas de operários que trabalhavam nas obras de construção do edifício de acolhimento de passageiros do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.

Foi por causa destas obras que a APDL lançou um concurso público, ganho pela empresa Edilages, para a desmontagem do Titan, instalado a poucos metros do novo edifício, e contratou uma empresa para fazer o controlo e acompanhamento das condições de segurança da obra, cumprindo, garante, as indicações de segurança dadas pelas empresas que exploram os pipelines. Em todo o caso, tal não impediu o acidente e o relatório preliminar vai ser agora analisado pela Autoridade das Condições do Trabalho e pelo Ministério Público.

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