Atingido recorde de perfuração no fundo do mar

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O navio japonês Chikyu furou a mais de 7,7 quilómetros de profundidade, incluindo a água do mar e a crosta (IODP/JAMSTEC)

A broca de perfuração do navio Chikyu teve primeiro de descer ao longo de 6,9 quilómetros de água, até atingir o fundo do mar – e aí, entrou crosta terrestre adentro mais 860 metros. O recorde foi confirmado pela Agência para as Ciências Marinhas e da Terra do Japão, citada pela revista Nature. O anterior recorde data de 1978: então, o navio norte-americano Glomar Challenger furou a uma profundidade total de 7,05 quilómetros na Fossa das Marianas, no Pacífico.

O Chikyu (tal como naquela altura o Glomar Challenger) é utilizado num programa internacional de investigação dos fundos marinhos para descobrir a história do planeta do qual Portugal faz parte. Depois do sismo de 11 de Março de 2011, um dos mais fortes de sempre, com 9,0 de magnitude e que matou mais de 23 mil pessoas, o navio japonês recebeu uma missão especial: perfurar a zona da falha Tohoku que originou o tremor de terra e fazer aí medições de temperaturas que se pensa resultarem do movimento das placas. A ideia é compreender os sismos e os tsunami que eles provocam quando deformam o fundo do mar, o que faz movimentar a água.

“Não prestaríamos um serviço à sociedade se não procurássemos saber tanto quanto possível sobre a zona da falha aquecida por este sismo enorme”, disse Kiyoshi Suyehiro, presidente do Programa Integrado de Perfuração do Fundo Oceânico (IODP).