Valérie Massadian
A realizadora de Nana (Culturgest, sexta, 27, às 21h30 - nas salas a 10 de Maio), "modelo" para Nan Goldin e fotógrafa que quis experimentar a ausência de limites do cinema (assim protagonizando uma das grandes estreias cinematográficas de 2011), considera anacrónico distinguir hoje entre "documentário" e "ficção". O filme que fez, em que colocou a câmara à altura de uma criança, tem consciência de que um ponto de partida ("documental") pode nada ter a ver com o ponto de chegada (através da montagem, o "real" é "ficção"). Nos agradecimentos do genérico do selvagem Nana está o nome de Pedro Costa. Permitimo-nos, por isso, lembrar o monumento Juventude em Marcha. Ou seja, Nana fala verdade porque não esconde que ali se passa uma fantasmagoria. V.C.