Beber álcool faz com que os outros pareçam mais atraentes

Estudo de dois investigadores da Universidade de Roehampton, em Londres, descobriu que quem consome álcool tem mais dificuldade em distinguir simetrias

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Participantes que tinham ingerido álcool distinguiam simetrias com dificuldade Mamzel*D/ Flickr

Um estudo britânico realizado na Universidade de Roehampton teve como objectivo analisar os gostos das pessoas em relação a outras depois de ingeridas bebidas alcoólicas. Os 64 indíviduos que participaram no estudo foram divididos em três grupos: o primeiro grupo bebeu vodka, o segundo tomou um placebo (uma bebida não alcoólica com um sabor semelhante a vodka) e o terceiro e último grupo ingeriu sumo de laranja.

Numa primeira etapa, as pessoas tiveram que observar fotografias de vinte pares de rostos - um simétrico e outro assimétrico - e identificar qual dos dois era o mais atraente. Seguidamente, os investigadores passaram 20 representações de um único rosto que deveriam ser nomeadas de "simétrico" ou "assimétrico" pelos participantes.

De acordo com os cientistas da Universidade de Roehampton que levaram a cabo esta investigação, Lewis Halsey, Joerg Huber, Richard Bufton e A.C. Little, a simetria facial é naturalmente considerada como algo belo e agradável. Quando o nível de álcool aumenta no organismo das pessoas, o cérebero humano altera-se e passa a crer que a maior parte dos indíviduos à sua volta possuem rostos simétricos.

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O álcool é inibidor do sistema nervoso central, mas em pequenas doses desinibe, diz psicóloga Arthur40A/ Flickr

Simetria torna-se menos evidente

Os resultados obtidos pelos investigadores revelam que os estudantes que estavam sob o efeito do álcool tinham mais dificuldade em distinguir a simetria do rosto humano. Já os participantes que não tinham ingerido a bebida alcoólica optaram claramente pelos rostos simétricos. Através do estudo, os cientistas puderam também aferir que as mulheres afectadas pelo álcool perdem mais facilmente a capacidade de distinguir as simetrias em relação aos homens.

Segundo Ana Carvalheira, psicóloga entrevistada pelo JPN, pode haver uma possível hipótese explicativa que se prende com o facto de as mulheres terem uma socialização mais repressiva. "Elas têm um sistema de defesa e de resistência e quando bebem ficam mais desinibidas. O álcool é inibidor do sistema nervoso central, mas em pequenas doses desinibe", explica.

De acordo com a Discovery News, para o investigador Lewis Halsey, a mudança da intensidade dos efeitos de álcool de acordo com o género da pessoa foi algo inesperado. O cientista disse ainda que "os homens tendem a cobiçar mais do que as mulheres" e que tal diferença provavelmente terá algo a ver com a tendência dos homens serem visualmente mais estimulados pelo que vêem.

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