Antiga fábrica Confiança de Braga vai ter incubadora de empresas e hostel

Vai caber um pouco de tudo na antiga fábrica de sabonetes Confiança, em Braga. Desde um hostel a uma incubadora de empresas, passando por um centro Ciência Viva. Estas são algumas das ideias escolhidas para a reabilitação do edifício, que foram ontem apresentadas. Na antiga unidade fabril vão ainda ser instalados um museu industrial e espaços de comércio e restauração.

O grande objectivo é criar naquele espaço uma "alavanca ao empreendedorismo", defende o vice-presidente da Câmara de Braga, Vítor Sousa. Daí a escolha de um projecto que preconiza a instalação no local de um centro de incubação de empresas. A valência vai privilegiar os negócios nas áreas das tecnologias da informação, nanotecnologia e neurociências, aproveitando a proximidade da Universidade do Minho e do Instituto Ibérico de Nanotecnologia. Além disso, a fábrica contará com espaços de trabalho colaborativo entre cientistas e criativos.

Este é um de quatro projectos que a autarquia seleccionou entre as 77 propostas que se apresentaram ao concurso de ideias para o futuro da Confiança. A "qualidade" e "exequibilidade" das propostas levou o júri a seleccionar quatro. "A Fábrica - Cultura Inteligente", de Ana Margarida Oliveira e Filipa Alexandra dos Santos Reis, "O Centro da Ciência e da Cultura de Braga", da Orion - Sociedade Científica de Astronomia do Minho, "O Espaço de Obra", de Rui Pedro da Costa Rodrigues, Miguel Guedes de Carvalho, Raul M. e Leonardo P. Rodrigues Guedes de Carvalho e a "Reabilitação do Edifício da Fábrica Confiança", de Machado e Braga Macedo, arquitectos, Lda, foram os trabalhos premiados, recebendo cada um 2500 euros.

Estes projectos abrem a possibilidade de instalação na fábrica de um hostel, destinado a jovens, bem como de um museu sobre a história da indústria em Braga e de um pequeno centro Ciência Viva. A criação de uma área de restauração e comércio - à qual a empresa Confiança admite associar-se - é outra solução acolhida.

As quatro ideias serão conjugadas num único projecto, que será a base do caderno de encargos para o concurso de arquitectura a lançar em breve. A câmara, que vai candidatar a intervenção a fundos comunitários, aprovou ontem a declaração de interesse público do edifício da fábrica, com os votos favoráveis do PS e a abstenção do PSD e do CDS, com vista à sua expropriação. O processo deverá custar ao município 3,67 milhões de euros, mais do que os 3,5 milhões inicialmente acordados com os proprietários do imóvel que, entretanto, desistiram de o vender.

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