Investigação detectou "importantes irregularidades" em fábrica chinesa que produz iPods e iPhones

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O CEO da Apple, Tim Cook, visitou as fábricas da Foxconn esta semana Foto: Reuters

A Apple tinha pedido à US Fair Labor Association (FLA, na sigla em inglês) – que se poderá traduzir por Associação americana para o Trabalho Justo – que investigasse as condições de trabalho na Foxconn depois de terem vindo a público diversos artigos condenando as más condições de trabalho (longas jornadas laborais e falta de segurança) e o elevado número de suicídios entre os seus funcionários.

Esta investigação levada a cabo pela FLA – uma das mais extensas alguma vez conduzidas a uma empresa estrangeira subcontratada por uma companhia norte-americana – descobriu ser prática frequente os funcionários trabalharem mais de 60 horas por semana, e algumas vezes durante sete dias seguidos, sem folgas.

Outra das irregularidades detectadas foi o não-pagamento de horas extraordinárias e os riscos de segurança e de saúde a que estavam sujeitos os funcionários. Os salários mensais médios nas três fábricas chinesas da Foxconn variam entre os 270 euros e os 342 euros. A Foxconn aumentou recentemente os salários em cerca de 25%.

A Apple já fez saber que “aceita totalmente” as recomendações estipuladas pela FLA. “Partilhamos o objectivo da FLA de melhorar as vidas [dos trabalhadores] e de fazer levantar os níveis laborais para as empresas manufactureiras um pouco por todo o mundo”, indicou o gigante tecnológico em comunicado.

A FLA comunicou ainda que a Foxconn concordou em obedecer às normas da associação americana em termos de horas de trabalho até Julho de 2013, em linha com o limite legal de horas de trabalho por semana na China, cifrado em 49 horas.

A fim de compensar esta medida, a fábrica terá de contratar milhares de novos funcionários, indica a Reuters.

Estas conclusões por parte da FLA vêem a público após a visita do CEO da Apple, Tim Cook, às instalações da Foxconn, no Parque Tecnológico de Zhengzhou, onde diariamente trabalham 120 mil pessoas.

As condições de trabalho em fábricas de países pobres ou em vias de desenvolvimento onde são produzidos produtos muito populares em todo o mundo têm sido muito debatidas ultimamente. O caso da Foxconn começou a ser falado em todo o mundo após as dezenas de casos de suicídios.

A Foxconn emprega 1,2 milhões de funcionários em toda a China, que produzem produtos para a Apple, bem como para a Microsoft, a Hewlett-Packard e outras multinacionais tecnológicas.

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