Américo Amorim: acordo na Galp foi "o possível"
No entanto, questionado sobre as matérias onde gostaria de ter ido mais longe, Américo Amorim, após uma pequena pausa, afirmou apenas que estava "satisfeito" com o resultado. O empresário, e maior accionista da Amorim Energia (com 55% do capital, cabendo os restantes 45% à Esperaza, da Sonangol e de Isabel dos Santos), afirmou ainda que o seu poder na Galp é "o suficiente".
Respondendo a uma questão sobre a intenção dos seus parceiros quererem entrar directamente no capital da petrolífera, e não só através da Amorim Energia, Américo Amorim sublinhou que "esse é um problema dos angolanos, podem fazê-lo se quiserem. Já falámos sobre isso várias vezes", tendo antes dito que a relação com estes accionistas está "como sempre foi: amigável e saudável".
A Amorim Energia, liderada por Amorim, fica com direito a 15,34% do capital detido pela Eni, em três fases, mas pode passar esse direito a terceiros. Inquirido sobre se parte desse capital poderia ir para a Sonangol, afirmou apenas: "Isso é uma opção minha. Não tenho agora que falar aqui disso”.
Sobre o facto de ir substituir Murteira Nabo como chairman da empresa, relembrou que já ocupa este cargo em várias outras empresas. "Porque é que não posso ser também desta?", foi a interrogação, retórica, do empresário.
As declarações aos jornalistas foram proferidas à margem da celebração da entrada da Sinopec na Petrogal Brasil, onde os chineses ficaram com 30%, através da subscrição total de um aumento de capital que implicou um investimento de 4,8 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros, ao câmbio de hoje).
A cerimónia contou com a presença de Zhang Yaocang, vice-presidente do grupo Sinopec, de Manuel Ferreira de Oliveira, presidente executivo da Galp, e do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, entre outras personalidades políticas e empresariais.
Segundo o acordo conhecido ontem, a Eni, dona de 33,34% do capital da Galp (posição idêntica à detida hoje pela Amorim Energia), irá ainda vender 18% no mercado, altura em que a Caixa Geral de Depósitos poderá também alienar a posição de 1% que ainda detém.