50 anos de Bond, James Bond, no Barbican Centre
Não será a mãe de todos os blockbusters de Verão, mas é um bom candidato a pai destes filmes que arrastam legiões e que, com sorte, formam culto: muito antes de Tubarão ou Guerra das Estrelas (1977) havia James Bond, 007 para os inimigos. E se não é um pai muito presente - tantos inimigos, tão pouco tempo -, é um pai que regressa sempre a casa com presentes. O biquini branco de Ursula Andress em Dr. No (1962), o monóculo (e o gato branco) de Ernest Blofeld (1967), os Aston Martin DB5, a lojinha de brinquedos de Q, sempre pronto para fornecer ao agente do MI6 uma caneta assassina ou um gadget que faz os smartphones corarem de vergonha. Isto a propósito de quê? A propósito de um triplo acontecimento - o Barbican Centre de Londres inaugura a 6 de Julho Designing 007 - Fifty Years of Bond Style, que por seu turno vem à boleia dos 50 anos de James Bond e de um novo filme, Skyfall, realizado por Sam Mendes e habitado por Daniel Craig, a estrear em Outubro.
O bombom da exposição é para os nostálgicos do design 1960/70, para aqueles que emolduraram as sequências iniciais desenhadas por Maurice Binder, mas também para os fãs 007 mais recentes. Haverá roupa de praia para todos, dos calções de banho de Daniel Craig (Casino Royale) ao biquini laranja de Halle Berry (Morre noutro dia), talvez o de Andress e muitos carros, gadgets e outros figurinos da saga que se perderam no tempo e que os peritos do Barbican vão recriar com a ajuda do arquivo das Eon Productions, que há anos torna reais os escritos de Ian Fleming e companhia. Moda, também, de Givenchy, Armani, Prada ou Tom Ford. A comissária de Designing 007, a historiadora de moda Bronwyn Cosgrave, resume assim a exposição: "É o Bond que não vemos", através de plantas, modelos, design gráfico e esquissos que abarcam o período Dr. No - Skyfall. O arquitecto Ab Rogers ocupou-se do espaço expositivo, que vai dominar dois pisos do Barbican de 6 de Julho a 5 de Setembro, numa incursão inusitadamente pop para o centro de artes - "Não há maior ícone do estilo britânico de design nos últimos 50 anos do que James Bond", justifica Nicholas Kenyon, director do Barbican, no Guardian. A exposição segue para Toronto e estará em digressão durante três anos.