Nuvem de partículas proveniente do Sol chega à Terra às 12h

Foto da NASA pondo em relevo a erupção solar
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Foto da NASA pondo em relevo a erupção solar Foto: NASA/Reuters
Foto tirada a 6 de Março, quando começou a erupção solar
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Foto tirada a 6 de Março, quando começou a erupção solar Foto: NASA/Reuters
Foto divulgada pela NASA a 7 de Março e que põe em evidência a radiação libertada pela erupção
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Foto divulgada pela NASA a 7 de Março e que põe em evidência a radiação libertada pela erupção Foto: NASA/AFP

As partículas carregadas que hoje irão “bombardear” o nosso planeta foram expelidas pelo Sol no início desta semana, à velocidade de 7,2 milhões de quilómetros por hora, devido a uma tempestade solar que, de acordo com um responsável da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) ouvido pela agência britânica Reuters, será a mais forte dos últimos seis anos, mais forte ainda que a tempestade ocorrida e noticiada em finais de Janeiro.

“É provavelmente o maior evento do género em seis anos e talvez seja mais intenso do que a tempestade semelhante ocorrida no fim de Janeiro”, afirmou Joseph Kunches, especialista da NOAA, em declarações à Reuters. A NOAA é uma agência estatal norte-americana que faz parte do Departamento de Comércio e que se ocupa dos temas relacionados com a atmosfera e os oceanos, emitindo informação sobre meteorologia, mares e recursos costeiros, por exemplo.

O impacto da tempestade, que teve início na terça-feira, deverá sentir-se nesta quinta-feira a partir das 12h, embora o mesmo especialista da NOAA refira que um acontecimento desta natureza pode ser definido por três fases separadas: uma primeira, constituída por raios solares que viajam quase à velocidade da luz e que já chegaram à Terra na terça-feira, podendo ter provocado quebras nas comunicações via rádio; um segundo momento, constituído pela chegada de radiação solar ao campo magnético da Terra, que pode ter tido impacto na aviação, sobretudo nas trajectórias mais perto dos pólos (esta fase pode durar dias); e finalmente a terceira fase, que se deve verificar a partir desta quinta-feira, que se explica pela chegada à Terra da massa carregada de partículas e ejectada pelo Sol e que é, no fundamental, um grande bocado da atmosfera deste astro.

Outro responsável da NOAA, Doug Biesiecker, disse à Reuters que não são de esperar alterações no funcionamento de sistemas GPS utilizados para funções menos refinadas, como aqueles que são usados por condutores.

A nuvem electromagnética poderá chegar um pouco antes do tempo devido ao facto de ela seguir o mesmo caminho da que foi expelida anteriormente. “Quando já houve uma coroa de massa ejectada, por vezes isso acelera a viagem da nuvem seguinte”, refere Kunches, acrescentando que estas tempestades podem dar origem a auroras vívidas. No hemisfério Norte, as auroras boreais poderão ser visíveis a latitudes médias.

A origem destas tempestades são manchas solares enormes, regiões que podem ser maiores do que a Terra. A frequência das tempestades solares tem vindo a aumentar, dado que o Sol se encontra na fase ascendente do seu ciclo de actividade, que é de 11 anos. O pico dessa actividade é esperado para 2013.

Vídeo da NASA: o início da tempestade