Casos de homens vítimas de violência doméstica aumentam

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As mulheres continuam a ser as principais vítimas deste tipo de crime, representando 83% de todas as situações Foto: Paulo Pimenta

A violência doméstica continua a aumentar, pode ler-se no relatório da APAV referente a 2011, ano em que se registaram quase 20 mil crimes. “Em 2011 a APAV registou um total de 18.470 factos criminosos que se traduziram em 11.784 processos de apoio”, indica o documento, que refere que 85% dos crimes registados dizem respeito a violência doméstica.

As mulheres continuam a ser as principais vítimas deste tipo de crime, representando 83% de todas as situações, mas começa agora a notar-se um aumento de denúncias em que o homem aparece como a vítima. “O número de vítimas de violência doméstica do sexo masculino aumentou 56% face a 2010”, refere o relatório, apontando um crescimento de 579 denúncias para 904.

Este tipo de crimes divide-se em duas grandes categorias: a violência doméstica em sentido lato, em que se destacam os crimes de violação de domicílio (27,2%) e de violação de correspondência (21%); e a violência doméstica em sentido estrito.

“A vitimação continuada representa 59% das situações” e a duração situa-se geralmente entre os dois e os seis anos. A APAV sublinha que, em termos de relação da vítima com o autor do crime, “as relações de conjugalidade sobressaem face às restantes”, representando 54% dos casos, entre relações actuais e anteriores. Este é, segundo a associação, “um dos pontos importantes de análise”. Sendo que o cônjuge é o agressor que mais vezes se destaca, “não é de estranhar que o local de crime mais vezes registado tenha sido a residência comum, com quase 50% dos casos”, lê-se no relatório agora divulgado.

Relativamente ao perfil do agressor, é geralmente do sexo masculino (78%) e situa-se a faixa etária dos 35 aos 40 anos de idade. Quanto a dependências do autor do crime, o álcool e os estupefacientes sobressaem, representando 17,5% e 6,4% dos casos, respectivamente.

A APAV sublinha que, tal como se tem vindo a verificar nos últimos anos, a análise estatística revela que o grau de ensino das vítimas de crimes que recorreram aos serviços da associação varia entre o ensino superior (com 5,7%) e o 3º ciclo do ensino básico (com 4,8%). O número de vítimas sem qualquer nível de ensino está a aumentar, situando-se nos 12%. As faixas etárias das vítimas são “bastante diversas”, embora se destaquem as faixas entre os 35 e os 40 e acima dos 65 anos.

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