City queixa-se à UEFA de racismo, FC Porto defende que gritos eram para Hulk e Kun

Foto
Balotelli queixou-se de ter sido provocado pelos adeptos do FC Porto FRANCISCO LEONG/AFP

Touré e Balotelli garantem que foram insultados, o clube queixou-se e a UEFA vai investigar. FC Porto diz que confundiram os sons

No final do jogo de anteontem no Estádio do Dragão para a Liga Europa, dois jogadores do Manchester City foram queixar-se à direcção do clube inglês de terem sido alvo de insultos racistas. O atacante ganês naturalizado italiano Balotelli e o marfinense Yaya Touré garantem que ouviram gritos que imitavam macacos da parte dos adeptos do FC Porto.

O jornal inglês Daily Mail anuncia que o clube fez uma reclamação oficial à UEFA. O irmão de Yaya Touré, o defesa Kolo Touré, que esteve sentado no banco, também diz ter ouvido as provocações. O objectivo da exposição do clube é que a UEFA abra uma investigação sobre o caso, centrada no momento em que Balotelli foi substituído, aos 78 minutos, quando as ofensas terão sido mais audíveis. Segundo Touré, os mesmos sons foram ouvidos antes, quando o avançado dos "citizens" discutiu em campo uma decisão do árbitro turco Cuneyt Cakir.

"É por isso que gostamos da Premier League, porque lá isto nunca acontece, talvez nos países estrangeiros não se esperem jogadores negros", disse Touré à Sky Sports. O treinador da formação inglesa, Roberto Mancini, limitou-se a referir que os jogadores têm experiência para contornar este tipo de situações. "Não reparei nisso, estava concentrado no jogo. Mas o Mario e o Yaya são suficientemente fortes para ultrapassar isso. Se os jogadores se queixaram a mim? Não. Estas coisas podem acontecer em qualquer jogo", afirmou o técnico italiano.

A UEFA confirmou que está a analisar os cânticos, na sequência da denúncia apresentada pelos ingleses junto do delegado ao jogo. "A UEFA vai analisar a questão e ver se há alguma prova disponível", disse à Lusa fonte do organismo europeu.

Para o director de comunicação do FC Porto, Rui Cerqueira, trata-se de uma falsa questão. "O que podemos dizer é que nada de anormal aconteceu. Ninguém notou nada estranho, nem mesmo os delegados da UEFA que trabalharam de perto com o FC Porto durante a partida", afirmou, citado pela agência Reuters.

Cerqueira argumentou, depois, que os cânticos em causa foram proferidos pelos adeptos do FC Porto e do City, dirigindo-se aos respectivos jogadores Hulk e Sergio "Kun" Aguero. "Kun, Kun, Kun; Hulk, Hulk, Hulk", demonstrou, explicando que tal poderá ter sido confundido com outros sons. "Temos orgulho em ter uma equipa multirracial, com jogadores de várias origens e que obtiveram muitos títulos na base do respeito. Os jogadores do FC Porto nunca sentiram o mais pequeno indício de racismo, e ficaram muito surpreendidos com as acusações", concluiu.

Sugerir correcção