Jardim Botânico Tropical continua sem meios para travar degradação

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A Liga de Amigos do jardim tem ajudado a suprir a falta de pessoal Rita Baleia

O lago à entrada, onde passeiam patos e gansos, é um repositório de lodo pestilento. A relva por aparar, algumas árvores secas - é o caso dos enormes cactos que estão numa zona vedada ao público -, pequenos cursos de água lamacentos, as estufas e outros edifícios com ar abandonado completam um quadro pouco agradável à vista. Os sete hectares do jardim centenário, com entrada pelo Largo dos Jerónimos, estão desde Junho ao cuidado de dois jardineiros, uma carência "agravada pela inexistência de equipamento de jardinagem mínimo", admite a direcção, tutelada pelo Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), presidido por Jorge Braga de Macedo, ex-ministro das Finanças.

As restrições na contratação de serviços impostas pelo Governo impediram, segundo a directora Maria Cristina Duarte, a renovação do contrato com a empresa de jardinagem. No Verão, a falta de manutenção levou a direcção a afixar à entrada do jardim um apelo à compreensão dos utentes do jardim, que pagam dois euros pela visita. E, apesar do mau estado do espaço, este foi visitado por 55 mil pessoas, das quais 17 mil foram ver a exposição Viagens e Missões Científicas nos Trópicos 1883-2010, no Palácio Condes da Calheta até ao final deste mês.

Outro aviso colocado à entrada do parque pede a compreensão dos utentes para a ausência de bancos, acrescentando que os mesmos estão a ser substituídos. Não esclarece, porém, por que estão encerradas as estufas, uma das principais atracções do jardim, que alberga cerca de 500 espécies vegetais diferentes. A principal, uma estufa de ferro e vidro de início do século XX, está mesmo em avançado estado de degradação.

Para fazer face a estes problemas, a direcção está à procura de mecenas. A Fundação Berardo, que patrocinou o parque, deixou de o fazer. O principal apoio é agora dado pela Liga dos Amigos do jardim, que contratou uma instituição de solidariedade social para ajudar na manutenção e assim minimizar os efeitos da falta de pessoal.Para 2012, a verba do Orçamento do Estado para o IICT, que passou recentemente para a alçada do Ministério dos Negócios Estrangeiros, é de 7,3 milhões de euros.

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